Uma quadrilha com sede em Maringá comandava um esquema de lavagem de dinheiro que teria a participação de 400 empresas de diversas cidades paranaenses e outros nove estados. O esquema, que teria movimentado R$ 1,5 bilhão em sonegação fiscal e lavagem dinheiro, foi desmantelado por uma operação da Polícia Federal (PF), batizada de "Laranja Mecânica", na manhã de ontem. No total, 44 mandados de busca e apreensão e 35 conduções coercitivas foram cumpridos em Maringá, Mandaguari e Curitiba.
A operação ocorreu também em outros nove estados: além do Paraná, São Paulo, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Maranhão, Bahia, Espírito Santo, Minas Gerais e Rio Grande do Sul. Entre as medidas cautelares expedidas pela Justiça Federal estão o bloqueio de mais de 150 veículos e a busca, apreensão e bloqueio de duas aeronaves utilizadas pela quadrilha.
Na operação, que não teve prisões, uma quantidade relevante de documentos, além de computadores e pelo menos 15 carros de luxos foram apreendidos em Maringá. Uma aeronave foi localizada em um aeroporto de São Paulo. De acordo com a PF, as aeronaves, modelos Bonanza 6336 e Pilatus PC, estariam avaliadas em R$ 500 mil cada.
A investigação, que começou em 2008, com a Receita Federal, apurou que integrantes de uma família maringaense constituíram diversas empresas, principalmente no ramo de autopeças, usando "laranjas" para se desvincularem das pessoas jurídicas. "À vista de qualquer atuação dos órgãos fiscais, eles abandonavam as empresas. Muitas vezes usavam o mesmo imóvel, só trocando a fachada e utilizando novos laranjas", diz o coordenador da operação em Maringá, Alex Sander Dias.
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