A Polícia Federal prendeu ontem três pessoas acusadas de participar de uma quadrilha que falsificava documentos do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) na Bahia. A Operação Perfil cumpriu na região metropolitana de Salvador seis mandados de busca em escritórios do principal alvo da investigação e três mandados de prisão temporária, expedidos pela Justiça Federal.
O líder da quadrilha, segundo a PF, é um ex-funcionário contratado do INSS que, tendo conhecimento dos procedimentos previdenciários, falsificava documentos. As investigações duraram cerca de seis meses. A quadrilha agia sob a fachada de um escritório de consultoria previdenciária, realizando fraudes através da falsificação de Perfis Profissiográficos Previdenciários (PPPs), laudos técnicos e declarações de empresas.
Esses documentos são utilizados para provar ao INSS as condições especiais a que estão sujeitos os trabalhadores como no caso de funcionários que têm contato com agentes nocivos, ruídos e produtos químicos. Esses fatores permitem que os trabalhadores tenham um coeficiente previdenciário maior e, consequentemente, sejam aposentados em menos tempo. É a chamada Aposentadoria Especial por Tempo de Contribuição.
Prejuízo
Nos últimos quatro anos, nas agências investigadas, foram apurados 2.544 benefícios de aposentadoria por tempo de contribuição. Juntos, os benefícios geram pagamentos no valor de R$ 4.271.569,26 por mês. No entanto, 30% do total seria oriundo de documentação falsa e, conforme levantamento realizado, geraram um prejuízo mensal que chega a R$ 1.281.470.
A Operação Perfil foi realizada por força-tarefa composta pela Polícia Federal, pelo Setor de Inteligência da Previdência Social e pelo Ministério Público Federal. Participaram da operação 35 policiais federais e 10 servidores da Assessoria de Pesquisa Estratégica e de Gerenciamento de Riscos do INSS.
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