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O Brasil é mais resistente aos choques externos de demanda do que muitas outras economias da América Latina, dada a fatia menor do comércio no PIB, e tem mais espaço para a promoção de políticas monetárias expansionistas, afirma o Banco Mundial no relatório "Finanças em Desenvolvimento Global 2009: Traçando uma Recuperação Mundial" divulgado nesta segunda-feira (22). Por isso, o PIB brasileiro, prevê a instituição, deverá contrair-se 1,1% este ano e crescer 2,5% no próximo, à medida que a demanda externa se recupera e o crédito volta a crescer.

As projeções são melhores do que para a América Latina como um todo. Neste ano, o Banco Mundial acredita que o PIB da região vai contrair-se 2,2%, em meio a "incertezas relacionadas ao tempo e ao vigor da recuperação". Em 2010, segundo o relatório, o PIB latino-americano deverá crescer 2%, ou menos de 1% em termos per capita.

Na visão da instituição, um dos principais riscos que os países da América Latina e do Caribe enfrentam é uma recessão mais profunda e prolongada do que o esperado nas economias avançadas, o que pressionaria as receitas com exportação da região. Além disso, a desalavancagem adicional de bancos de países de renda elevada dificultaria a rolagem de dívida de curto prazo. O Banco Mundial estima que as necessidades de financiamento externo da região atingirão US$ 268 bilhões este ano

Países em desenvolvimento

A recessão econômica global e a crise nos mercados financeiros atingiram duramente o fluxo de capital privado para os países em desenvolvimento, que despencou 41% no ano passado, para US$ 707 bilhões. Este ano, o fluxo de capital internacional deve cair outros 48%, para US$ 363 bilhões, antes de se recuperar em 2010, prevê o Banco Mundial.

Apenas o investimento estrangeiro direto (IED) para essas nações deve registrar este ano a primeira queda em uma década. A queda no fluxo de capital para as nações em desenvolvimento no ano passado reverteu uma tendência de alta iniciada em 2003, que atingiu o pico de US$ 1,2 trilhão em 2007.

Ao mesmo tempo em que os ingressos diminuíram, as saídas líquidas de capital aumentaram. Segundo estimativas do Banco Mundial, a saída de capital atingiu US$ 244 bilhões em 2008, acima dos US$ 190 bilhões de 2007.

Recuperação global

A crise econômica e financeira mundial deve desacelerar fortemente o crescimento nos países em desenvolvimento para 1,2% este ano, após expansão de 5,9% em 2008 e de 8,1% em 2007, previu o Banco Mundial. Excluindo a China e a Índia, os países em desenvolvimento devem ter contração de 1,6% em 2009. Ainda assim, essas nações devem superar o desempenho global como um todo - cuja contração deve ser de 2,9% em 2009 - e podem se tornar a principal força condutora da recuperação mundial, afirma o Banco Mundial.

Para os países em desenvolvimento que são grandes importadores de commodities, um dos poucos pontos positivos da crise financeira foi a queda dos preços das commodities, de cerca de 35% desde o recorde em meados de 2008, que limitou os déficits em conta corrente e ajudou a reduzir a inflação proveniente dos altos preços de alimentos e combustível nos anos anteriores à crise.

Além de superarem a performance esperada para a economia global, os países em desenvolvimento devem superar com folga o desempenho dos países ricos, cujo PIB deve encolher 4,5% em 2009, segundo o relatório.

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