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Participação dos estados no PIB nacional |
Participação dos estados no PIB nacional| Foto:

Oito estados concentram 80% das riquezas

Apesar do crescimento das economias do Nordeste e do Norte em 2006, as riquezas produzidas no Brasil continuam concentradas em poucas localidades. Oito estados detêm 80% do PIB nacional. São eles: São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Paraná, Bahia e Santa Catarina, e o Distrito Federal. "A história da formação econômica no Brasil mostra a concentração muito grande de renda nacional nos estados do Sudeste, principalmente. O atual governo federal está olhando com maior atenção para o Norte e o Nordeste, mas o PIB vai continuar se acumulado nas mesmas localidades ainda por um bom tempo", observa Guilherme Souza e Silva, do INDG.

O Sul foi a região que mais perdeu espaço na economia nacional. Entre 2002 e 2006, perdeu 0,6 pontos percentuais, respondendo agora por 16,3% do total de riquezas. O Centro-Oeste também reduziu a sua importância, mas em ritmo menor (-0,1 ponto porcentual) e agora representa 8,7% do PIB brasileiro. Sudeste e Nordeste, que cresceram, cada um, 0,1 no período, respondem, respectivamente, por 13,1% e 56,8% do PIB. A região Norte, que cresceu 0,4 pontos porcentuais, alcançou 5,1% do Produto Interno Bruto do país. (RF)

O dado mais recente do Produto Interno Bruto (PIB) regional mostra que o Paraná teve o segundo pior desempenho entre todos os estados brasileiros. Em 2006, a economia paranaense cresceu apenas 2%, contra uma média nacional de 4%. Mato Grosso foi o companheiro do fim da fila: teve retração de 4,6% na comparação com 2005. Os dois estados, bastante dependentes da atividade agropecuária, foram prejudicados pelos baixos preços da soja e milho de dois anos atrás. Os dados fazem parte do levantamento Contas Regionais 2002-2006, divulgado ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Em 2006, a economia brasileira cresceu, em média, 2%. A atividade agropecuária teve participação de apenas 8,3% no PIB paranaense de 2006. O melhor índice desde o início da série, há seis anos, foi o de 2003: 13,1%. Com a forte produção agrícola, o Paraná chegou a uma participação de 6,4% no PIB do Brasil. Mas esse porcentual foi caindo e atualmente a economia paranaense representa apenas 5,8% da economia nacional. A queda mais expressiva ocorreu em 2005 (6,3% em 2004 para 5,9%), principalmente por causa da seca que derrubou a produção agrícola desse ano.

De acordo com o professor Luciano Nakabashi, do departamento de Economia da Universidade Federal do Paraná (UFPR), a queda nos preços dos grãos, que teve início em 2003, afetou bastante as economias do Paraná e do Mato Grosso. "Os preços começaram a se recuperar apenas a partir de 2007. Como o dois estados são altamente dependente da produção e exportação de soja e também do milho, no caso do Paraná, eles sofreram bastante com as respectivas quedas de preço, o que ajuda a explicar o fraco desempenho dessas duas economias em 2006", explica. A atividade agrícola, que em 2003 havia crescido 24,6% no Paraná, acumula crescimento de apenas 6,2% no período de 2003 a 2006.

"A exportação de produtos agrícolas também não foi muito boa em 2006 e, por isso, os dois estados mais dependentes dos grãos sofreram mais", observa o consultor do Instituto de Desenvolvimento Gerencial (INDG), Guilherme Souza e Silva. Segundo ele, o resultado econômico do Paraná foi agravado pela falta de incentivos para a produção industrial. "Os empresários pedem por mais incentivos, mas isso depende de uma decisão política dos governos. Certamente o apoio do governo federal surtiu reflexos no crescimento de outros estados", acrescenta. No período de 2003 a 2006, a indústria paranaense acumulou alta de 13%, dois pontos porcentuais abaixo do registrado no período 2003-2005.

Em 2006, dezoito das 27 unidades da federação tiveram crescimento igual ou superior à média brasileira (4,0%). A Bahia cresceu 2,7% e foi o único estado do Nordeste com resultado inferior a média brasileira. O Ceará, que teve o melhor desempenho dentre as 27 unidades da federação, com alta de 8% no PIB, foi beneficiado pelo desenvolvimento da agricultura familiar. De acordo com o IBGE, programas de incentivo, que garantiram uma renda mínima para os pequenos agricultores e o aperfeiçoamento das técnicas de produção repercutiram na alta de 35,3% na atividade agropecuária do estado.

"Quem alavancou foi, principalmente, a indústria. Os benefícios federais concedidos pelo governo federal tiveram impacto, mas apenas em parte", disse a técnica de Contas Regionais do IBGE, Alessandra Poça. Espírito Santo, com a segunda maior alta do PIB, foi beneficiado pelas atividades de pelotização (processo que facilita as operações metalúrgicas) do minério de ferro que é produzido em Minas Gerais e também pela extração de petróleo e gás natural. Outro beneficiado pela maior produção de minério de ferro foi o Pará, que conquistou o terceiro lugar no ranking nacional de crescimento, com 7,1%.

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