Apesar da derrota do governo na noite de quarta-feira (8) com o adiamento da votação da MP do Portos na Câmara, a ordem no Palácio do Planalto é insistir na discussão até o prazo final da vigência da proposta. A MP expira na próxima quinta-feira, dia 16, e é uma das apostas do governo para destravar o setor portuário.
Depois da Câmara, a proposta ainda precisa ser discutida pelo Senado para, então, seguir para a sanção da presidente Dilma Rousseff. Com o adiamento de ontem, o governo terá apenas a próxima semana para votar nas duas Casas. Ainda dá tempo. Não acredito que nesta semana tenha clima, mas semana que vem tem segunda, terça, quarta e quinta ", disse ao Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado, a ministra de Relações Institucionais, Ideli Salvatti.
No momento da votação no plenário da Câmara, a presidente Dilma Rousseff estava em um jantar oferecido no Palácio do Jaburu pelo vice-presidente da República, Michel Temer, e pela bancada do PMDB no Rio Grande do Sul. Ela, entretanto, foi informada constantemente por telefone por Ideli e pela ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, sobre o andamento das discussões e o desfecho desfavorável ao governo. "Ela Dilma continua na mesma posição de que a não votação é uma grande perda de oportunidade" afirmou Ideli.
Diante de um cenário desfavorável na Câmara, o governo já admite que ocorram mudanças no texto. Os ajustes de interesse do Planalto seriam feitos depois, por meio de vetos de Dilma. "Pode até não ser perfeito o texto, a melhor legislação, mas temos que votar", afirmou a ministra. Segundo ela, o governo não conta com a possibilidade de enviar outra proposta por meio de um projeto de lei, uma vez que as polêmicas em torno do tema poderiam se arrastar por meses.
Ao ser questionada sobre o bate-boca ocorrido no plenário noite de ontem, Ideli resumiu da seguinte forma: "Parece que a rádio corredor foi parar no alto-falante". As trocas de acusações foram protagonizadas pelos líderes do PR, Antonhy Garotinho (RJ) e do PMDB, Eduardo Cunha (RJ). Garotinho chegou a chamar o projeto de "MP dos porcos". De sua parte, Cunha pediu que o colega respondesse a um procedimento no Conselho de Ética da Casa.
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