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Presidentes da Fundação Copel, Hélio Pizzato, e da AMP, João Carlos Barracho, celebram acordo | Jonathan Campos/ Gazeta do Povo
Presidentes da Fundação Copel, Hélio Pizzato, e da AMP, João Carlos Barracho, celebram acordo| Foto: Jonathan Campos/ Gazeta do Povo

Unimeds

Sem acordos com cirurgiões cardíacos

Diego Antonelli, da sucursal

Nada concreto saiu ainda da retomada das negociações das Unimeds do estado com os cirurgiões cardiovasculares. Em Curitiba houve uma primeira reunião ontem entre cooperados e diretoria, mas sem avanço. Em Ponta Grossa, onde os quatro cirurgiões cardiovasculares vinculados à singular pediram desligamento, a operadora analisa propostas. "Estamos avaliando as propostas para darmos uma resposta final. Buscamos sempre um acordo que seja bom para todos. Mas acordo com médico é algo que demora", afirma o diretor de Mercado e Desenvolvimento da Unimed Ponta Grossa, Nilson Roberto Santana. A singular quer firmar um acordo em até 45 dias.

As singulares de Maringá e Londrina informaram apenas que as negociações prosseguem e que o objetivo é conseguir um acordo o mais breve possível. De dezembro até a semana passada 18 dos 78 médicos da especialidade inscritos em dez das 22 Unimeds do estado pediram o desligamento oficial das operadoras. As Unimeds garantem que mesmo sem acordos seus clientes não ficarão desassistidos.

Justiça

Simepar tira entidade de ação civil

Como parte do acordo firmado ontem, o Simepar também concordou em retirar a Fundação Copel de uma das três ações civis públicas que move contra três tipos de operadoras de saúde suplementar no âmbito da Justiça do Trabalho no estado: uma contra as de autogestão, outra contra as medicina de grupo e outra ainda contra as seguradoras.

Até agora, segundo o presidente do Simepar, Mário Antônio Ferrari, apenas a ação contra as operadoras de medicina de grupo (Amil, Clinihauer, Clinipam, Consaúde, Paraná Clinicas, Proclin, Santa Casa de Curitiba, Saúde Plus, Uniclínicas e Evangélica de Londrina) teve uma primeira decisão favorável ao Simepar.

O juiz da 21ª Vara do Trabalho de Curitiba Cassio Colombo Filho determinou reajuste retroativo dos honorários pagos nos últimos três anos aos médicos desses planos, além de fixar a inclusão de cláusula de reajuste anual nos contratos.

As outras duas ações, contra autogestões e seguradoras, ainda estão no início, em fase de audiência de instrução.

A movimentação da classe médica por melhores honorários pagos pelos planos de saúde, iniciada ainda em 2009 no Paraná, deu seu primeiro resultado concreto ontem. A Fundação Copel de Previdência e Assistência Social firmou um acordo com a Asso­ciação Médica do Paraná (AMP), o Sindicato dos Médicos do Paraná (Simepar) e o Conselho Regional de Medicina do Paraná (CRM-PR), comprometendo-se a aumentar o valor das consultas dos cerca de 7 mil médicos credenciados em 51% já neste mês. O valor de R$ 53 passa para R$ 70 e pode chegar a R$ 80 caso os profissionais, em contrapartida, topem participar de um levantamento epidemiológico dos mais de 40 mil beneficiários no estado, entre empregados, dependentes e pensionistas da Copel, Compagás e Lactec. "Na prática, a contrapartida, recompensada com R$ 10 a mais no valor da consulta, é o preenchimento de um questionário ao fim de cada atendimento que vai nos ajudar a identificar possíveis exageros ou distorções de protocolo em diagnósticos e tratamentos e também a descobrir o perfil dos nossos beneficiários para que possamos investir em programas de prevenção", explica o presidente da Fundação Copel, Hélio José Pizzato. Esse trabalho, segundo ele, será feito com o apoio das câmaras técnicas e de especialidades da AMP. "A Fundação poderá contar com a nossa ajuda na formulação de um parecer que dirá se a conduta questionada está em conformidade com os protocolos daquela especialidade", diz o presidente da AMP, João Carlos Barracho.

O acordo, que não provocará aumentos de mensalidade para os usuários, segundo Pizzato, garante ainda o reajuste anual dos honorários médicos pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), e a adoção escalonada da última edição da Classificação Brasileira Hierarquizada de Pro­cedimentos Médicos (CBHPM), documento que é editado pela Associação Médica Brasileira e é considerado um tipo de "tabela base" de valores por toda a categoria médica no país.

Até agora, a Fundação Copel utilizava a 3.ª edição da CBHPM com 20% de redução nos valores referentes ao porte dos procedimentos (são quatorze no total) e 30% de redução na Unidade de Custo Operacional (medida que contempla equipamentos e outros gastos-base de cada procedimento). Já neste mês, a entidade adota a 5.ª edição da tabela, mantendo as reduções e em julho de 2013, a última edição, a 6.ª CBHPM, em sua integralidade.

Para o presidente da AMP, o acordo com a Fundação Copel mostra que é possível chegar a um bom termo tanto para operadoras quanto para médicos. Segundo Barracho, nenhuma negociação com outra operadora do estado avançou tanto, mas o movimento da classe deve continuar em 2012, olhando inclusive para as cooperativas médicas, como as Unimeds, deixadas de lado até agora.

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