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José Luiz Rauen, presidente da Associação dos Fundos de Pensão do Paraná (Previpar) | Arquivo/ Gazeta do Povo
José Luiz Rauen, presidente da Associação dos Fundos de Pensão do Paraná (Previpar)| Foto: Arquivo/ Gazeta do Povo

Queda nos juros afeta resultados dos fundos

Com a iminência de novos cortes de juros que podem levar a taxa básica aos menores índices da história, os planos de aposentadoria podem perder força frente a outros fundos. Os investimentos dos planos de previdência precisarão ser mais diversificados para que o impacto seja mais suave. "O plano é seguro. Nossas aplicações não se restringem aos produtos dos bancos e títulos do governo, impactados pelas taxas de juros, mas também em imóveis, por exemplo", assegura Hélio José Pizzatto, presidente da Fundação Copel.

Com a taxa selic na casa dos 8%, os assegurados precisarão investir maiores valores mensais para garantir a renda que planejaram. Dependendo do ano em que começarem a poupar e da remuneração pretendida na aposentadoria, o valor depositado mensalmente pode dobrar para que os mesmos rendimentos sejam garantidos em comparação com o que acontecia a juros em 12%, patamar da taxa no ano passado.

O número de participantes de planos de previdência privada aberta cresceu 334% de 2005 a 2011. O aumento foi determinante para o Brasil chegar aos R$ 500 bilhões em patrimônio administrado, valor atingido no início deste ano. A intenção das empresas, de acordo com dados da Federação Nacional de Previdência Privada e Vida (Fenaprevi), é dobrar o valor administrado até 2019, chegando à marca de R$ 1 trilhão.

Mesmo assim, o desafio é grande, pois os planos ainda são restritos a uma pequena parcela da população. Estima-se que apenas 3% da população economicamente ativa seja beneficiada ou invista em planos de previdência privada, mesmo patamar atingido pelos planos fechados dos fundos de pensão. "O Brasil tem uma grande possibilidade de expansão, mas é preciso apresentar estes planos para a população", defende o superintendente-geral da Associação Brasileira das Entidades Fechadas de Previdência Complementar (Abrapp), Devanir Silva, que participou ontem do 4º Encontro de Previdência Complementar, realizado em Curitiba.

Silva acredita que a educação financeira do brasileiro ainda é muito restrita e que o endividamento impede a maior parcela da população de cultivar o hábito da poupança. De acordo com José Luiz Rauen, presidente da Associação dos Fundos de Pensão do Paraná (Previpar), a falta de educação financeira e previdenciária é um dos principais entraves para uma maior penetração dos planos à população. "A previdência privada é uma oportunidade para que o cidadão tenha uma aposentadoria mais digna, com a garantia de que ele receba pelo o que ele empenha diretamente", explica.

Rauen, no entanto, admite que o crescimento da previdência privada aberta é expressivo, principalmente frente aos planos fechados. No mesmo período em que os planos de previdência privada aberta cresceram quatro vezes, os fundos de pensão tiveram 20% de aumento no número de participantes. "Os fundos dependem, fundamentalmente, da parceria com as empresas que subsidiem parte dos seus planos", justifica Rauen. Outra diferença fica por conta do apelo publicitário por parte dos bancos junto aos seus clientes, alega.

Os fundos de pensão, apesar de moderado crescimento, também vislumbram a possibilidade de captação de mais capital no futuro, desvencilhando-se da dependência das estatais. "Ao contrário do que se pensa, 70% dos fundos são patrocinados por empresas privadas", detalha o presidente da Previpar.

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