A Editora Abril anunciou nesta quinta-feira (19) que deixará de publicar as revistas Playboy, Men’s Health e Women’s Health. Isso não significa necessariamente, no entanto, que as revistas deixarão as bancas do país.
Há negociações avançadas entre uma editora brasileira e a Playboy Enterprises, empresa americana que controla os direitos sobre a franquia, para que o título continue a circular. E a editora Globo está em negociação para publicar a Men’s Health” e Women’s Health.
Segundo dados do IVC (Instituto Verificador de Circulação), as três revistas têm tido queda nas vendas.
A Playboy teve queda de 31,6% em agosto comparado com o mesmo mês do ano anterior, chegando à marca de 79.163 exemplares. Bem longe do recorde de vendas de 1,247 milhão de exemplares com a edição que trazia Joana Prado, a Feiticeira, na capa.
A queda no faturamento vinha minando a capacidade da revista de publicar fotos de estrelas. Em agosto, a Playboy era a 24º revista mensal em circulação no país
Segundo o IVC, Men’s Health, é a 32ª revista mensal do país, com 61.747 exemplares vendidos em agosto, e Women’s Health, a 43ª, com 37.698.
Elas tiveram, respectivamente, quedas de circulação de 39,7% e 34,3% em agosto de 2015 comparado com o mesmo mês de 2014.
Nudez
No início de outubro, a versão americana da revista Playboy havia anunciado que deixaria de publicar imagens de mulheres nuas devido à concorrência da internet, que banalizou o acesso a esse tipo de imagens.
O movimento gerou especulações sobre se o mesmo seria feito no Brasil, o que foi negado em editorial da publicação assinado por Sérgio Xavier, que comanda a revista.
Em entrevista à Folha de S.Paulo após a mudança na edição americana, Xavier confirmou, no entanto, que o nu vinha perdendo força. “Estamos gradativamente perdendo com o nu. Precisaremos pensar em como fazer a transição”, disse.
Royalties
Um dos principais motivos para a Editora Abril optar por deixar de publicar a revista foi o pagamento de royalties pelo uso da marca à empresa americana. A mesma questão se impôs nos casos da Men’s Health e da Women’s Health, publicadas no Brasil pela Abril, cujas marcas pertencem à editora americana Rodale Press.
A Editora Caras, que nos últimos meses absorveu diversos títulos da Abril – como a Placar e a Você S/A –, não está interessada na Playboy exatamente pela obrigação de pagar royalties.
A Abril decidiu priorizar sua revista masculina própria, a VIP, que não publica fotos de nudez feminina. Em 2010, a editora lançou a Alfa, revista voltada ao público masculino com alto poder aquisitivo, mas a publicação durou menos de três anos.
Os funcionários que trabalhavam na Playboy brasileira receberam um aviso de que poderão ser realocados em outras revistas e sites da Abril, mas ainda não há definição.
Segundo a empresa, os assinantes dos títulos descontinuados terão seus exemplares de dezembro entregues normalmente e poderão optar por outra revista do portfólio da companhia, nas versões impressa ou digital.
Editora Abril afirma que Playboy deixará de ser publicada no Brasil
Além dela, as publicações Men’s Health e Women’s Health também deixarão de circular no país
Leia a matéria completaEnxugamento
O fim da publicação pela Editora Abril de Men’s Health, Women’s Health e Playboy faz parte de um processo de enxugamento do portfólio iniciado em 2013 e que se intensificou em 2015.
A empresa se desfez da licença para publicar a revista Runner’s World. Em setembro de 2013, as publicações Alfa, Bravo!, Lola e Gloss foram fechadas.
Em dezembro de 2014, as edições impressas de Veja Belo Horizonte, Veja Brasília e Info foram extintas. As publicações passaram a existir exclusivamente on-line.
Em junho de 2015, Você RH, Você S/A, Tititi, Placar, Ana Maria, Arquitetura & Construção e Contigo! foram vendidas. As edições impressas de Exame PME e Capricho passaram a existir apenas no on-line.
Em julho de 2015, Aventuras na História, Bons Fluidos, Manequim, Máxima, Minha Novela, Recreio, Sou+Eu, Vida Simples e Viva Mais foram vendidas.
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