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zona do euro

Plebiscito sobre negociação com credores causa dúvidas entre gregos

Cerca de 10 milhões de pessoas foram convocadas para decidir no próximo domingo destino do país na zona do euro

Milhares de pessoas se manifestaram nesta terça-feira no centro de Atenas para dar seu apoio ao “sim” no referendo sobre a proposta de acordo das instituições que será realizado no próximo domingo | Alexandros Vlachos/EFE
Milhares de pessoas se manifestaram nesta terça-feira no centro de Atenas para dar seu apoio ao “sim” no referendo sobre a proposta de acordo das instituições que será realizado no próximo domingo (Foto: Alexandros Vlachos/EFE)

O plebiscito convocado de última hora pelo governo da Grécia sobre a negociação com credores não parece tão simples para quem vai votar a favor ou contra um acordo com a zona do euro.

Os gregos foram chamados no último fim de semana a decidir no domingo (5) se “aceitam” a proposta feita pelos credores: CE (Conselho Europeu), BCE (Banco Central Europeu) e FMI (Fundo Monetário Internacional).

Cerca de 10 milhões de pessoas vão responder à seguinte pergunta: “Deve ser aceito o acordo proposto e submetido por CE, BCE, FMI para o Eurogrupo no dia 25 de junho, que consiste em duas partes que formam sua proposta completa?”.

A cédula diz que o primeiro documento se chama “Reforma para conclusão do atual programa e além” e o segundo “análise preliminar de sustentabilidade da dívida”. Os eleitores poderão ter acesso aos documentos na hora da votação.

Desconhecimento

Diante da complexidade e do tempo curto, o plebiscito praticamente virou uma escolha entre quem quer permanecer e quem quem ficar na zona do euro.

“Eu não faço ideia do que sejam esses detalhes, para mim é ficar ou não na zona do euro. Vou votar a favor de um acordo, porque não ficou claro o que ocorre se eu votar pelo ‘não’“, diz Aggeliki Bakolia, 36, secretária.

Ela conversou com a reportagem enquanto sacava 60 euros de um caixa eletrônico no centro de Atenas, limite máximo permitido desde segunda (29), quando o governo impôs restrições bancárias para evitar fuga de capital após a crise pela falta de um acordo.

A entrevista foi interrompida por Evagelia Antonini, 33: “Você [reportagem] é repórter? Não espalhe pânico, porque essa fila [do caixa eletrônico] não é nada perto do que passamos nos últimos cinco anos”.

Ela também admitiu que vai votar sem conhecer detalhes das negociações entre a Grécia e os credores. Mas disse que optará pelo “não”, ou seja, a favor do rompimento com o bloco.

“Também desconheço os detalhes, mas eu acho que não temos nada a perder. O ‘sim’ já conhecemos: esses cinco anos que tivemos de desgraça”.

E continuou: “As pessoas estão reclamando do limite de 60 euros para saque. Mas quem tem 60 euros por dia para sacar tem muita sorte nesse país, porque a maioria não vive com mais de 800 euros por mês”.

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