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Mark Zuckerberg, presidente do Facebook, e Larry Page, novo dirigente do Google: trabalho duro para ganhar a preferência dos internautas na disputa entre “Curtir” e “+1” | AFP; Divulgação/Google
Mark Zuckerberg, presidente do Facebook, e Larry Page, novo dirigente do Google: trabalho duro para ganhar a preferência dos internautas na disputa entre “Curtir” e “+1”| Foto: AFP; Divulgação/Google

Por enquanto, videoconferência é para apenas duas pessoas

O serviço de videoconferência lançado pelo Facebook é restrito, por enquanto, a conversas entre duas pessoas. As ferramentas do Google, por sua vez, têm atraído usuários justamente pela possibilidade de reunir até dez usuários. Mas, isso não é um problema, na visão do presidente do Facebook, Mark Zuckerberg. No lançamento do novo serviço, na última quin­­ta-feira na sede da companhia em Palo Alto, Califórnia, ele disse que não descarta a possibilidade de o uso da ferramenta ser ampliado, mas argumentou que ninguém deveria diminuir o valor de uma chamada em vídeo entre apenas duas pessoas, especialmente em uma plataforma tão grande quanto o Facebook.

Zuckerberg explicou que a parceria com o Skype não foi cria­­da do dia para a noite, e que o trabalho em conjunto vem sendo feito há algum tempo. Questio­nado sobre o que ele pensa sobre o Hangout (serviço que possibilita a chamada em grupo no Goo­gle+), o presidente do Fa­­cebook afirmou que os próximos cinco anos serão sobre a construção de aplicativos para a infraestrutura social que foi construída durante os últimos cinco anos. Zuckerberg reiterou, ainda, que muitas empresas que tradicionalmente não olhavam para as redes sociais vão focar suas forças em integrá-las em seus aplicativos.

Apesar de não ter dito nada es­­pecificamente sobre o Google+, ele disse que o aumento desse ti­­po de plataforma em companhias está de acordo com sua visão de mundo. "Eu vejo isso como uma validação de como se desenrolarão os próximos cinco anos."

Parceria

O acordo aprofunda a cooperação da rede social com a Microsoft, que está em processo de aquisição do Skype por US$ 8,5 bilhões. Zuckerberg disse que o Facebook tem agora 750 milhões de usuários. O novo serviço, que começará imediatamente, pode ser um grande impulso para o Skype, que atualmente conta com 145 mi­­lhões de usuários regulares.

Opinião

Apocalípticos e integrados

O Google+ chegou causando polêmica. Não há quem tenha ficado indiferente perante ele após ter testado o novo site de redes sociais. De um lado, apocalípticos dizem que será o novo grande fracasso da gigante das buscas. De outro, integrados elevam o sistema ao estado de genial. É verdade que até agora todas as iniciativas do Google nessa área foram de mal a pior, mas parece que não é o que vai acontecer com esta. É algo que veio bem construído, apesar de um pouco confuso ainda, e deve ficar. Também é verdade que apresenta inovações. A integração de buscas via Spark e o sistema de vídeos stream em grupo via Hangout são coisas legais. Trabalho mesmo dá organizar todos os amigos em Círculos, mas não é nada que vá atrapalhar muito. Se o Google tentar criar um segundo Facebook, com certeza será um fracasso. Quem precisa de dois sites de redes sociais iguais? Se tentar integrar mais serviços e possibilidades, como já prometem os inventores da criatura, tende a fazer sucesso. O fato mesmo é que ninguém pode prever o futuro. Nem tanto para um lado, nem para outro. Ainda é cedo até para fazer qualquer tipo de aposta.

Luís Celso Jr., editor de Mídias Sociais

Características

Centralidade

A principal característica do Facebook é que ele reúne todas as atualizações em uma timeline. É possível criar grupos separados, cada um com feed próprio. Esses posts também aparecem na timeline principal, mas, para enviar uma mensagem para o grupo, é necessário entrar na página dele. A diferenciação de contatos não é orgânica, é construída como comunidades.

Multiplicidade

No Google+ cada grupo de amigos tem uma timeline. E o stream reúne atualizações de todos os amigos – tanto o que eles postaram como público, quanto o que foi enviado para círculos em que você está. Ao se cadastrar no Plus, ele passa a fazer parte de seu perfil Google. As fotos do Picasa são importadas com a opção de compartilhar ou não álbuns.

Beta

O Orkut foi a plataforma de testes usada pelo Google para ver se a ideia de círculos funcionava. As múltiplas timelines e a definição de privacidade a cada recado funcionam no Orkut desde agosto de 2010. No entanto, aqui a organização dos amigos por grupos é menos imediata do que no Plus, e as timelines são mais confusas.

A rede social do Google chegou, mais uma vez. A nova tentativa já era esperada – e o burburinho aumentou à medida que o Google espalhava bo­­tões +1 pela internet e mudava o visual da barra de ferramentas. Então, na na última semana veio o Google+, ou Plus, só para convidados. Embora o buscador tente fugir da comparação com o Facebook, fica claro que a competição ficou mais apertada. A resposta veio rápido: na quinta-feira Mark Zu­­cker­­berg anunciou um novo re­­curso, a vídeochamada via Skype.

Mas ele ainda terá que trabalhar duro para não perder espaço. A começar pelo ponto forte do Plus, que investiu justamente no calcanhar de Aqui­­les do Facebook, a privacidade. No Google+, você não adiciona amigos diretamente à sua rede. Os contatos são organizados por círculos: família, amigos, colegas de trabalho, os gente-boa, os malas ou qualquer ou­­tra categoria – ou círculo – criada por você.

Ao adicionar alguém, você co­­loca essa pessoa em uma ou mais rodinhas. Essa maneira de organizar os contatos, diz o Google, permite uma interação social mais orgânica na internet.

Um aspecto fundamental dos círculos é que eles não são baseados na reciprocidade. No Facebook ou no Orkut – a ou­­tra rede social do Google –, você adiciona um amigo e ele o adiciona. No Google+, você adiciona uma pessoa a um círculo (ela não fica sabendo qual), e ela escolhe se quer – ou não – lhe adicionar. É como seguir alguém no Twitter. Assim, é possível ver as postagens públicas das pessoas sem fazer parte do círculo delas.

Visualmente, o Plus é parecido com o Facebook. No centro fica o "stream", em que aparecem as postagens de seus amigos. Você pode escolher ver postagens de determinado círculo.

Enquanto no Facebook e no Twitter as configurações de pri­­vacidade se escondem em botões, no Plus elas estão em primeiro plano e aparecem as­­sim que você publica. Sele­cio­nar com qual círculo você vai compartilhar determinada informação é o ponto principal do sistema. Além disso, o Google+ fica disponível em uma barra superior em todos os sites do Google – você vê as notificações e pode postar algo sem entrar no perfil.

"As conexões entre pessoas acontecem online. Apesar disso, as nuances das interações do mundo real são perdidas na rigidez das ferramentas. O com­­partilhamento é inadequado. Ou até mesmo quebrado. E queremos consertá-lo", diz o Google.

Desenvolvimento

O Plus está em desenvolvimento há um ano. Funcionários do Google já o usam há alguns me­­ses. Félix Ximenes, diretor de comunicação da empresa, afirma que o produto era completamente diferente daquele que está no ar. O Google está tão preo­­cupado em corrigir problemas que caprichou na ferramenta de relatar erros.

O gerente de pesquisa André Fatala foi um dos primeiros bra­­sileiros a receber o convite e logo percebeu um bug do apli­­cativo para Android. "Ha­­via um problema ao redirecionar para o Market. Eu reportei o erro e, no outro dia, já estava corrigido."

Por isso, o produto está sendo lançado por etapas. Houve uma explosão de convites na noite de quarta-feira que fez Vic Gundotra, chefe da equipe, deixar a mensagem em seu perfil: "Desativamos o sistema de convites durante a noite. De­­manda insana. Precisamos fa­­zer isso de uma maneira contro­lada".

Fracasso?

Gundotra é um dos vice-presidentes de engenharia do Google e um dos responsáveis pela divisão social da empresa. Ele tem razão em se preocupar. Foi sua equipe que criou dois fra­­cassos: o Wave e o Buzz. O Wa­­ve foi descontinuado pelo Google. E o Buzz, meio esquecido dentro do Gmail, pode até ganhar importância se o Google+ pegar.

O Google tem evitado chamar o Plus de rede social. "É um avanço do que o Google já é", tenta definir Ximenes. O Google+ busca adicionar uma camada social à web – mais ou menos como os botões retweet e curtir já fazem.

Só que há uma diferença importante: nos dois casos, a interação social fica restrita ao ambiente da rede social. No caso do +1, o botão de interação social do Google, isso será indexado pela busca. "Se eu clicar no +1 em algo, isso vai sinalizar que eu gostei, mas vai mos­­trar para o algoritmo do Google que aquela busca é relevante para os meus amigos. Quan­­do um contato fizer uma busca parecida, vai aparecer que eu gostei daquilo no resultado", diz Ximenes.

Como rede social, o Google+ parece promissor. Associado à ferramenta de buscas, seu po­­der aumenta. O Google conhecerá cada vez mais seus usuários, atendendo, assim, a uma publicidade cada vez mais segmentada.

Foi esse o segredo do Face­book. Segundo a ComScore, o Google teve mais de 1 bilhão de visitantes em maio. O Facebook teve 713,6 milhões. Só no Bra­sil, foram 22 milhões, enquanto o Orkut teve 35,2 milhões. Mas os usuários do Facebook navegaram por 103 bilhões de páginas e passaram 375 minutos online, enquanto os usuários do Google, viram 46 bi­­lhões de páginas em 231 minutos de navegação.

O Google+ vai pegar? Tem po­­tencial. Mas uma rede social é mais que uma plataforma. Seu sucesso só depende das pessoas.

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