Polícia Federal terá canal direto de denúncias ao Orkut

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A Google Inc, detentora e mantenedora da rede de relacionamento Orkut, oficializou a abertura de um canal direto de comunicação (hotline) entre a empresa e a Polícia Federal brasileira. O novo sistema foi detalhado nesta quarta-feira por David Jeske, engenheiro-chefe do Orkut, responsável pela infra-estrutura de sistemas da comunidade virtual.

De acordo com o executivo, pela rede de comunicação serão encaminhadas denúncias e pedidos de informações sobre usuários e comunidades do Orkut, uma forma de agilizar o processo atualmente realizado por intermédio de advogados e representantes legais. A ferramenta, desenvolvida pelos engenheiros de sistemas do Google Inc. e testada no Brasil nas últimas três semanas, foi integrada "nos últimos meses" aos sistemas de dados da Polícia Federal, disse Jeske.

Com a criação do sistema, as solicitações de dados poderão ser avaliadas, segundo o executivo, e encaminhadas às autoridades brasileiras em um prazo máximo de dois dias.

- É um sistema de colaboração que vai permitir às autoridades policiais brasileiras registrar objeções a usuários, comunidades ou conteúdo publicado no Orkut - explicou o executivo, que defendeu ser "raro o conteúdo criminoso no Orkut".

Jeske afirmou, no entanto, que a eventual quebra de sigilo dos usuários continuará submetida ao encaminhamento de ordens judiciais e de documentos que comprovem que há uma investigação em andamento com denúncias contra usuários.

Segundo o executivo, especialistas da PF receberam treinamento de especialistas da Google Inc. para operar a ferramenta.

O executivo disse não acreditar que a notícia sobre a existência do sistema de fornecimento de informações do Orkut possa preocupar os usuários.

- O conteúdo que será reunido e fornecido à Polícia Federal é o mesmo disponível para usuários e que pode ser acessado por qualquer cadastrado do Orkut. A diferença é que pedidos de dados específicos da base serão atendidos quando encaminhados em conjunto com ordens judiciais - detalhou.

O executivo negou ainda que o sistema tenha sido criado especificamente para o Brasil em decorrência dos processos judiciais acionados no Ministério Público Federal em São Paulo, e nos quais o Google Brasil, subsidiária local do Google Inc., tem sido envolvido como intermediário nas negociações.

- Esta tecnologia poderá ser adaptada a qualquer autoridade policial de países em que há demanda por isso (informações).