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Obra eliminaria gasto com intermediários

De acordo com dados do governo, em 2011 o Paraguai consumiu aproximadamente 1,1 milhão de metros cúbicos de diesel e 700 mil metros cúbicos de gasolina. O país recebe combustível do Uruguai (maior fornecedor de gasolina e diesel ao país), da Venezuela, de Trinidad e Tobago e do Brasil. O combustível brasileiro chega ao país via Argentina, o que torna o novo empreendimento estratégico para a autonomia do país na importação do produto. "O Para­guai recebe derivados de petróleo por Buenos Aires a preços proibitivos. Hoje, para Assunção, por barcaça, são US$ 60 por metro cúbico. Com o poliduto, esse preço cairia bruscamente", afirma Elisio Curvo, diretor da empresa Poliductos Integrados. De acordo com o governo paraguaio, esse preço cairia para um terço do que é pago hoje.

A instalação do poliduto também reduziria o tempo de entrega dos derivados de petróleo. "Hoje, o combustível que vem de Paranaguá pela hidrovia do Rio da Prata demora 43 dias para chegar e está controlado por um conjunto de empresas que fixam o preço do transporte arbitrariamente. O poliduto significa o fim dessa dificuldade", afirma o ministro paraguaio Miguel Angel Lopez Perito. "Eu suponho que teríamos combustível em no máximo 48 horas após a barcaça atracar no porto", afirma Victor Raúl Benítez Gon­zález, assessor do ministro.

Para Lopez, a possibilidade da construção da obra significa au­­tonomia. "O governo paraguaio está entusiasmado com esse empreendimento, que trará independência ao Paraguai na provisão de combustível, competitividade no preço e a possibilidade de virar polo de distribuição para os estados do Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, e também para o norte da Argentina", afirma.

De acordo com o ministro, o Paraguai tem 4 milhões de hectares que poderiam ser utilizados para a produção de etanol e seus derivados, e que hoje estão inviabilizados por causa da posição geográfica do país. "O poliduto vai permitir a produção do etanol em escala. Além disso, o Paraguai não ficará sem combustível em caso de obstruções na rodovia ou por problemas naturais no transporte fluvial", afirma Lopez.

Para o presidente da Asso­ci­ação de Produtores de Bioe­ner­gia do Estado do Paraná (Alcopar), Miguel Rubens Tranin, a criação do poliduto será importante para a economia dos dois países, mas no longo prazo. "Hoje, o Pa­­raná é autossuficiente na produção e utilização de etanol. Com a construção do poliduto, será importante fazer parcerias com produtores do Paraguai e também de outros estados brasileiros", diz.

O Paraguai estuda construir um poliduto para o transporte de combustíveis e óleo de soja entre o Porto de Paranaguá e sua capital, Assunção. Na terça-feira, uma comitiva paraguaia que contou com a participação de dois ministros se reuniu com representantes do governo do Paraná e visitou as instalações do Porto de Paranaguá para discutir o projeto, que pode custar até US$ 3 bilhões.

"Com o poliduto, o Paraguai traria etanol para o Porto de Paranaguá (entre 1 milhão e 2 milhões de toneladas/ano) e levaria daqui combustíveis como gasolina e diesel (cerca de 4 milhões de toneladas/ano). As conversas são muito iniciais, não temos datas definidas, este é o nosso segundo encontro. Vamos ver as possibilidades de casar os interesses. Queremos aproximar também os empresários paranaenses", afirma José Richa Filho, secretário de Estado de Infraestrutura e Logística do Paraná. Em novembro do ano passado, o governo estadual esteve no Paraguai para uma conversa inicial.

Foram apresentadas duas opções para a definição do traçado do poliduto (confira quadro nesta página). "Estamos estudando qual é o melhor trajeto; em princípio, a extensão do poliduto é de 730 km no território do Paraná e 330 km no território paraguaio, de maneira a atingir a zona de melhor área de desenvolvimento de álcool no estado do Paraná. Iremos fazer paralelamente à rodovia [BR-277] e já temos a licença ambiental para a obra", afirma Elisio Curvo, diretor da empresa paraguaia Poliductos Integrados.

De acordo com o ministro-chefe do Gabinete Civil do Paraguai, Miguel Angel Lopez Perito, o custo da obra inclui adequações. "Inicialmente calcula-se US$ 1 bilhão só para a construção, e cerca de US$ 3 bilhões se for incluída no orçamento a instalação de um terminal de líquidos no Porto de Paranaguá e a possibilidade de se desenvolver uma ferrovia para unir o estado ao Paraguai", afirma. O investimento virá da iniciativa privada. "Os governos do Paraguai e do Brasil somente dariam a possibilidade do trânsito do poliduto pelos territórios correspondentes", afirma Lopez. Ele acredita que o empreendimento levará dois anos para ser concluído. Um representante da construtora Camargo Corrêa participou da reunião de terça-feira, mas a empresa se limitou a informar que foi convidada pelo governo paraguaio para analisar o projeto.

"O governo do Paraná colocou-se à disposição para atender no que for possível as demandas paraguaias. O poliduto traz uma solução excelente a baixo custo. É a solução logística ideal para o Paraguai e também é a nossa melhor solução. Isso demonstra integração e alinhamento de objetivos", diz Airton Vidal Maron, superintendente dos portos de Paranaguá e Antonina. Para atender às demandas do governo paraguaio, a Appa irá oferecer uma área de 32 mil metros quadrados para a operação geral e de contêineres.

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