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A Heineken (antiga Femsa) estaria planejando investir R$ 60 milhões na ampliação de sua fábrica | Ismael de Freitas/ Gazeta do Povo
A Heineken (antiga Femsa) estaria planejando investir R$ 60 milhões na ampliação de sua fábrica| Foto: Ismael de Freitas/ Gazeta do Povo

A cidade de Ponta Grossa (Cam­pos Gerais) pode receber R$ 360 milhões em investimentos da indústria de bebidas. A Ambev, fabricante de marcas como Skol, Brahma e Antarctica, estuda construir uma fábrica estimada em R$ 300 milhões. Enquanto isso, a Heineken (que comprou a Femsa) planeja investir R$ 60 milhões para ampliar a unidade que já tem em Ponta Grossa, onde fabrica as cervejas Kaiser e Bavaria, entre outras.

Representantes da Ambev e do governo do estado se reuniram ontem para discutir a possibilidade da instalação da empresa em Ponta Grossa. O assunto é debatido desde novembro do ano passado por representantes da Ambev e do então governador eleito, Beto Richa.

Para abrir sua terceira fábrica no Paraná – as outras são em Curitiba (cerveja) e Almirante Tamandaré (refrigerantes) –, a Ambev estaria pedindo benefícios fiscais. Após o encontro de ontem, o secretário de Estado da Fazenda, Luiz Carlos Hauly, enviou as demandas da empresa para serem analisadas por técnicos da pasta e, segundo a assessoria de imprensa da secretaria, o resultado da avaliação deve ser divulgado em breve.

Sondagem

De acordo com o secretário de Indústria e Comércio de Ponta Grossa, João Kovaleski, o investimento da Ambev em sua nova planta seria de R$ 300 milhões. "Eles já sondaram pelos menos quatro áreas no Distrito Industrial, e todas têm condições de abrigar o investimento. Além disso, a Crown [fabricante de latas de alumínio] já está aqui e é parceira da Ambev", destaca.

A empresa não confirma os valores nem se estuda desativar alguma das unidades que já tem no Paraná, mas diz que está disposta a ampliar a capacidade de produção no estado. Em nota, a companhia afirma que "o assunto está sendo tratado com o governo do estado e por enquanto não há nenhuma definição da cidade".

Para que a empresa se instale no estado, uma nova política fiscal teria de ser formulada com a finalidade de equiparar as alíquotas dos tributos às cobradas nos estados de São Paulo e Santa Catarina, outros possíveis destinos do investimento. "Não pretendemos tratar do caso da Ambev de forma isolada, mas sim elaborar um plano estratégico de atração de investimentos para trazer não só a Ambev, mas outras empresas também", diz o secretário estadual de Indústria e Comércio, Ricardo Barros.

Ele salienta que o Paraná não vai entrar numa guerra fiscal, mas ressaltar a sua capacidade produtiva, com tributação compatível à estrutura de que o estado dispõe. "Precisamos de algo amplo, não só para investimentos específicos, mesmo porque, no caso da Ambev, pode haver desativação de outras fábricas já existentes no Paraná", alerta o secretário.

Heineken

A Ambev não seria a única beneficiada por mudanças na política fiscal do estado, diz Kovaleski. "Se a política fiscal do governo do estado permitir, é bem provável que a Heineken aumente sua produção aqui, com investimentos em torno de R$ 60 milhões", diz.

A exemplo da Ambev, a Heineken também não fala em valores, mas confirma que estuda a viabilidade de expandir suas fábricas em diversas regiões do país e que está "fazendo uma análise de viabilidade de todos os projetos necessários para atender a demanda do mercado".

Em Ponta Grossa, a Heineken produz 320 milhões de litros por ano das cervejas Kaiser Pilsen, Kaiser Summer Draft, Sol Pilsen, Bavaria Pilsen, Bavaria sem Álcool e Santa Cerva. A produção é destinada ao Paraná, parte de Santa Catarina, Paraguai e Bolívia.

O secretário Kovaleski espera que uma reunião entre o prefeito e o secretário Ricardo Barros, que deve ocorrer ainda hoje, possa "afinar" os interesses do município com os do estado. "Temos algumas demandas e vamos colocar na mesa, para conhecimento do secretário. Além das cervejarias, queremos a ampliação do Distrito Industrial e pleiteamos outros investimentos."

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