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Mais do que restringir a capacidade de investimentos dos novos prefeitos, a crise econômica internacional vai também influenciar a campanha presidencial daqui a dois anos. A popularidade do presidente Lula, atualmente acima dos 80%, deverá chegar ao final de 2010 com índices mais modestos. Nesse cenário, os analistas políticos apostam que uma candidatura presidencial de oposição, como a do governador José Serra (PSDB), tende a se fortalecer.

Segundo os especialistas, o presidente Lula não informou a população sobre os reais impactos da crise na economia brasileira e agora, depois das eleições municipais, ele terá de tomar medidas impopulares para minimizar os estragos importados pela desordem econômica no mundo. Para o analista Ricardo Ribeiro, da MCM Consultores, mesmo que caia, a aprovação popular de Lula deve ficar próxima dos 50%, o que não pode ser considerado um índice ruim. "Uma mostra dos ataques que Lula sofrerá daqui para a frente já foi dada pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, ao citar que Lula teria se esforçado para esconder a crise da população", diz Ribeiro.

O analista político da Tendências Consultoria Integrada, Rogério Schmitt, também prevê que a popularidade do presidente chegará em 2010 ao redor de 50%. Sobre as medidas impopulares que o governo federal deverá adotar para estancar os efeitos da crise no mercado doméstico, o chefe do Centro de Crescimento Econômico da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Samuel Pessôa, prevê um aperto fiscal maior e um aumento da carga tributária. "A política fiscal do governo é melhor do que a gente pensa, as rubricas de custeio vêm crescendo abaixo do PIB e não há farra", diz Pessôa, que também é assessor do senador de oposição Tasso Jereissati (PSDB-CE).

Apesar disso, o economista acredita que o governo pode elevar ainda mais a carga tributária até o final deste ano. "Não ficarei espantado se houver um aumento após a eleição. Acho que o presidente Lula, no alto da sua popularidade, tentará ampliar a arrecadação."

"Marolinha"

Para um dos sócios-diretores da Rosenberg & Associados, o presidente Lula já percebeu que os efeitos da crise econômica mundial não chegarão no Brasil apenas como uma "marolinha". "Ele deverá começar o aperto no máximo daqui a dois meses para fazer o trabalho ao longo de 2009 e tentar chegar limpo em 2010", diz o analista.

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