A exportação de produtos transgênicos pelo Porto de Paranaguá pode ser iniciada ainda em 2006. Proibida pelo governo do estado, que administra o terminal, por não ter como segregar os transgênicos dos outros produtos, a exportação pode ser autorizada com a construção de um silo próprio pela América Latina Logística (ALL). O novo silo ficaria instalado fora do espaço público de embarque.
Segundo informações do repórter Fernando Jasper, da Gazeta do Povo, após uma espera de quase um ano, a empresa conseguiu, no dia 23 de dezembro, a autorização da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) para iniciar a construção do silo. Era o único documento que faltava, uma vez que a ALL já possuía a licença ambiental e as autorizações da prefeitura de Paranaguá e da Rede Ferroviária Federal S/A (RFFSA).
A ALL diz que "ainda não há parceria fechada" para a execução da obra. Há alguns meses, especulou-se que a multinacional de alimentos Bunge entraria como sócia no negócio. A empresa ainda finaliza o projeto e não tem previsão para o término das obras. O esforço será para concluir tudo ainda neste ano e iniciar as operações a tempo de exportar a safra de soja 2005/06, cuja colheita deve começar em abril. O silo terá capacidade para armazenar 2,5 milhões de toneladas de grãos por mês.
A justificativa oficial para a proibição é que hoje o porto não tem condições de segregar e rotular a soja transgênica. Mas representantes do setor produtivo, como a Federação da Agricultura do Paraná (Faep), contestam. Carlos Albuquerque, assessor da presidência da Faep, considera "desnecessário" um silo particular e diz temer que ele crie um monopólio sobre o embarque de transgênicos.
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