• Carregando...
A cobertura fixa que será testada em Santos terá 138 metros de comprimento e 76 de altura, e será construída a um custo de R$ 70 milhões. O modelo retrátil vai custar bem menos | Divulgação
A cobertura fixa que será testada em Santos terá 138 metros de comprimento e 76 de altura, e será construída a um custo de R$ 70 milhões. O modelo retrátil vai custar bem menos| Foto: Divulgação

Corredor de exportação

Paranaguá conheceu três projetos, mas não se decidiu

Ao longo do ano passado, a Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa) recebeu três propostas diferentes para a cobertura dos três berços do Corredor de Exportação, entre eles os dois que Santos está prestes a testar. Em 2011, o Corredor movimentou 14 milhões de toneladas de soja, milho, farelo de soja, açúcar e trigo, o equivalente a 34% da carga que passou pelo Porto de Paranaguá, principal terminal graneleiro do país. Mas poderia movimentar muito mais, não fossem as chuvas.

Ainda em março do ano passado a Appa chegou a divulgar que estudava a implantação de uma cobertura e que tinha apresentado a ideia ao então ministro dos Portos, Leônidas Cristino. À epoca, o superintendente da Appa, Airton Vidal Maron, disse que vários projetos estavam sendo estudados e que não havia estimativas de custos, mas que as ideias consistiam em hastes metálicas e cobertura de lona retrátil, que permitiriam o carregamento dos navios mesmo em dias de chuva e vento, a um ângulo máximo de 45 graus.

Ao longo da semana, a Gazeta do Povo entrou em contato novamente com Appa, que informou, pela assessoria de imprensa, que não há novidade sobre o assunto. Anteriormente, Maron já tinha dito que nenhuma proposta apresentada havia sido considerada ideal. (FZM)

O Porto de Santos deu o primeiro passo para combater um problema que afeta todos os terminais brasileiros: a chuva. O mau tempo é o maior responsável por perdas de prazos e de qualidade das cargas a granel (grãos de todos os tipos e farelos). No caso do porto paulista, o foco da instalação de dois tipos de cobertura, um fixo e outro retrátil, é a proteção das cargas de açúcar. A obra é iniciativa da operadora Rumo Logística, braço de transportes do Grupo Cosan.

O Brasil é o maior produtor e exportador de açúcar, com 21% e 44% do total mundial, respectivamente. Santos é o principal terminal de saída do produto no país, com 15 milhões de toneladas movimentadas em 2011 – quase quatro vezes mais que Paranaguá. Em 2011, estima-se que 100 dias de embarque de açúcar tenham sido perdidos em Santos por causa do mau tempo, formando filas de dezenas de caminhões e a espera de navios. Em Paranaguá, cargas de grãos – principalmente soja – são as mais afetadas.

A cobertura fixa está em fase de construção e deve ficar pronta até o fim do ano, segundo o presidente da Rumo Logística, Julio Fontana Neto. "Até abril pretendemos ter uma parte da estrutura, que está sendo construída em outro local e será trazida ao porto, para fazer os primeiros testes. O plano era testá-la por inteiro ainda no escoamento da safra, entre abril e outubro. Mas, como não haverá tempo hábil para isso, teremos de atrasar a instalação completa para o fim do ano", explica.

O modelo fixo é uma cobertura metálica que custa R$ 70 milhões e lembra a marquise de um estádio de futebol. Será instalada no berço de atracação do terminal sul da Rumo, com 138 metros de comprimento por 76 metros de altura, suportando inclinação de chuvas de até 41 graus. "É uma cobertura adequada para os maiores navios cargueiros usados no embarque de açúcar, embarcações com capacidade entre 80 mil e 120 mil toneladas", diz Fontana Neto.

O modelo retrátil já está sendo instalado no terminal norte da Rumo. A cobertura de tecido é mais simples, custará entre R$ 8 milhões e R$ 9 milhões e funcionará a partir do shiploader (equipamento que descarrega o açúcar no porão do navio), como um tecido sanfonado que desce até a abertura da embarcação.

Chamado de Ecoloading, o dispositivo retrátil é fabricado por uma empresa paranaense, a Evolução Tecnológica de Projetos Ambientais S/A (Etec), de São José dos Pinhais, e tem formato retangular, de 22 metros por 19 metros, para cobrir a "boca" do porão do navio.

"A grande vantagem desse modelo em relação a outras co­­­ber­­­turas retráteis que conhecemos é que ele é acionado rapidamente, por meio de cabos tensionadores e um sistema de insuflamento automatizado que manterá o tecido esticado, capaz de suportar ventos de até 72 quilômetros por hora e chuvas sem limites de inclinação", descreve o presidente da Rumo Logística. "Ao envolver toda a boca do porão de forma rápida, essa cobertura não deixa o vão do porão descoberto nem por um minuto." A Gazeta do Povo procurou a Etec para saber mais detalhes sobre o Ecoloading, mas a empresa não quis se pronunciar.

Se os dois modelos em teste funcionarem, a capacidade no­­­­mi­­nal de cada um dos berços da Rumo passará de 6 milhões de toneladas para até 9 milhões de toneladas por ano.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]