
As obras tão necessárias ao Porto de Paranaguá já começam na próxima semana. Ontem, na sua primeira visita como governador do estado ao porto, Beto Richa assinou a autorização para o início de uma série de melhorias, muitas delas apontadas há tempos como fundamentais para o aumento da competitividade do terminal, que tem perdido espaço principalmente para concorrentes catarinenses. Serão investidos pelo menos R$ 154,5 milhões para modernizar e ampliar a capacidade e a reputação do principal porto do estado.
"Por conta das últimas gestões, o Porto de Paranaguá não tem o que comemorar. Deixou de ser uma referência nacional graças à perda de movimentação de carga. Quem agradece é o estado vizinho de Santa Catarina", disse Richa, em tom de crítica ao antigo governo.
A primeira melhoria é a dragagem de manutenção dos berços de atracamento, prevista para começar até o dia 15 o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) já emitiu a autorização. A obra avaliada em R$ 2,5 milhões será concluída em 10 dias, período em que o terminal funcionará com metade da sua capacidade. Após a dragagem, a profundidade dos berços retornará aos 15 metros. "A dragagem emergencial vai ampliar em 20% a movimentação de carga. É preciso modernizar e ampliar para que o porto seja novamente referência nacional", afirmou o governador.
Ainda no primeiro semestre está prevista a dragagem de manutenção da bacia de evolução local onde os navios realizam as manobras antes de atracarem, ou para saírem do Canal da Galheta. A expectativa do governo estadual é começar em junho, já que serão necessários três meses para obtenção da licença ambiental e outros três meses para a licitação, segundo a Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa). O investimento será de R$ 100 milhões durante os oito meses necessários para a conclusão dos trabalhos.
A última etapa é a dragagem de aprofundamento, ainda sem data para ocorrer, já que depende de recursos do governo federal, através do Plano de Aceleração do Crescimento (PAC). A obra está avaliada em R$ 52 milhões em dinheiro do PAC, mais um complemento do próprio porto a Appa não soube informar qual o valor.
O governador também anunciou a ampliação em 60% do cais, passando dos atuais 20 berços para 32, o que permitirá o aumento da capacidade de movimentação de cargas das atuais 38 milhões de toneladas/ano para 60 milhões de toneladas/ano, segundo a Appa. A ampliação do cais ainda aguarda a conclusão de estudos de viabilidade. Richa também confirmou a construção de um silo com capacidade para 60 mil toneladas de grãos, com investimento de R$ 20 milhões da iniciativa privada. "As obras vão melhorar a qualidade de vida dos trabalhadores do porto, pois permitirão que navios maiores atraquem, gerando mais trabalho e mais renda aos trabalhadores", disse o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Portuários no Estado do Paraná (Sintraport), Wilson Moraes da Silva.
Novos diretores
Na ocasião, o governador Beto Richa anunciou o nome dos quatro novos diretores da Appa. Lourenço Fregonese assume a diretoria empresarial; Carlos Alberto Frisoli será o diretor administrativo-financeiro; Paulinho Dalmaz, ex-secretário municipal para Assuntos Metropolitanos de Curitiba, será o diretor técnico; e Paulo Scalco será o novo diretor do Porto de Antonina.
Apenas o superintendente da Appa o engenheiro Airton Vidal Maron, funcionário de carreira desde 1980 já tinha relação direta com a Appa, mas, segundo Maron, Fregonese, Frisoli e Scalco já atuavam no segmento portuário. "Eu participei da escolha através de consulta do governador. Fora o Paulinho, os outros três são profissionais da área e seus conhecimentos serão importantes", afirmou Maron.



