O governo português deve anunciar a saída do programa de resgate internacional realizado há três anos. Segundo o jornal "Diário Económico", o governo de Pedro Passos Coelho deve aprovar em reunião na sexta-feira a chamada "saída limpa" do programa de ajuda. Ou seja, sem a manutenção de qualquer linha de emergência. Após a bem sucedida volta do governo português ao mercado internacional de dívida, Lisboa estaria mais segura para contar apenas com recursos próprios e, assim, dispensar a ajuda externa.
Segundo o jornal português, a intenção do governo Passos Coelho é anunciar até segunda-feira que Portugal deixará oficialmente o programa de resgate externo e, assim, passará a contar apenas com o caixa do governo e novas captações realizadas pelo próprio Tesouro. O plano deve ser aprovado em reunião de ministros marcada para a sexta-feira e deve ser anunciada antes da reunião do Eurogrupo na segunda. Informação idêntica foi publicada na edição desta quinta-feira do jornal britânico Financial Times.
Segundo o Diário Económico, a equipe de Passos Coelho teria decidido pela "saída limpa" do resgate - sem a manutenção de uma linha cautelar de crédito emergencial - porque haveria boa receptividade à oferta de dívida portuguesa no exterior e o governo já teria caixa disponível para pagar todos os compromissos de 2014 e parte das dívidas de 2015. Além disso, o Tesouro também teria constituído um colchão de liquidez com montante equivalente à linha de crédito cautelar oferecida pela troica - grupo de credores formado pelo Fundo Monetário Internacional, Banco Central Europeu e União Europeia.
O FT diz que alguns países europeus, especialmente a Alemanha, insistem para que Portugal mantenha uma linha de crédito cautelar após a atual fase do resgate que precisaria ser renegociada até o dia 17 de maio, quando a etapa atual chega ao fim. No entanto, a manutenção de uma linha de crédito internacional poderia prejudicar candidatos ligados ao atual governo português nas eleições para o Parlamento Europeu, que acontecem entre 22 e 25 de maio, informou o Diário Económico.
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