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Um em cada cinco paranaenses não votou nem "sim" nem "não" no referendo do desarmamento. Foram 1,47 milhão de eleitores que tiveram o voto anulado, votaram em branco ou não compareceram a uma seção eleitoral. Houve 19,55% de abstenções no estado. Ou seja, 1,36 milhão dos eleitores cadastrados no Tribunal Regional Eleitoral decidiram não comparecer para votar. Os votos brancos foram 1,29%. Já os nulos, que podem incluir votos de protesto contra a consulta popular, ficaram em 1,17%. Os números foram divulgados pelo TRE às 22h30 de ontem, quando 99,94% das urnas já estavam apuradas.

Embora possa dar a impressão de falta de interesse no tema proposto pelo referendo, o número de eleitores que não tomaram partido não fica muito longe da média do estado em eleições recentes.

Em 1998, quando estavam em disputas os cargos de presidente, governador do estado, senador e deputados, foram 21,1% de abstenções no Paraná. Em 2002, com outra eleição para os mesmos cargos, o número no estado diminuiu para 18,5%. Já o número de brancos e nulos foi até menor do que nas últimas eleições estaduais. No primeiro turno das eleições para governador de 2002, por exemplo, os brancos foram 3,8% e os nulos 3,9%.

A votação foi considerada tranqüila pelo TRE. Em todo o estado, não houve uma detenção por boca de urna, ao contrário do que costuma ocorrer em eleições para cargos políticos. "Isso é um sinal de que os políticos estão se conscientizando da necessidade de calma no processo eleitoral", afirmou o desembargador Clotário Portugal, presidente da comissão de apuração do tribunal.

As urnas eletrônicas quase não deram problemas. Houve necessidade de substituir 154 delas no estado, sendo 12 em Curitiba. Em 23 casos foi necessário partir para a votação manual, com cédulas de papel. Apenas uma das urnas de papel foi usada na capital.

Custo

Segundo o TRE, o custo da realização do referendo no Paraná está estimado em R$ 7 milhões. O valor serve para cobrir despesas com treinamento de mesários, alimentação, transporte, gasolina, impressão de cédulas, horas extra de funcionários da Justiça Eleitoral e outros gastos. Para o desembargador Clotário Portugal, que também é vice-presidente do TRE, o valor pode ser alto, mas não invalida a consulta. "O Brasil é um país democrático e acredito que toda ação que enfatize a participação popular nas decisões é boa", afirmou. O desembargador diz que é favorável à realização de outras consultas populares no país.

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