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Em em  estudo ao longo de cinco anos sobre a força de trabalho global , pesquisadora observou cinco aspectos que fazem a diferença para criar uma “orientação de trabalho global”. | Bigstock/
Em em estudo ao longo de cinco anos sobre a força de trabalho global , pesquisadora observou cinco aspectos que fazem a diferença para criar uma “orientação de trabalho global”.| Foto: Bigstock/

De acordo com o último relatório da Organização Mundial do Trabalho (OMT), a força de trabalho mundial chega hoje a 3,4 bilhões de pessoas, sendo que até o final do ano a taxa de desemprego deve chegar a 5,8%. Mesmo assim, algumas áreas de atuação ainda sofrem com a falta de profissionais qualificados. Como muitas vezes essas vagas não estão perto de nós, é importante que os profissionais se transformem em trabalhadores globais. Mas como mirar em empregos do outro lado do oceano?

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A professora de Comportamento Organizacional da Escola de Negócios de Harvard e autora do livro “The Language of Global Success: How a Common Tongue Transforms Multinational Organizations” (em tradução livre “A Linguagem do Sucesso Global: Como uma Língua Comum Transforma Organizações Multinacionais”), Tsedal Neeley, fala sobre esse tema em um artigo publicado no periódico Harvard Business Review .

“Em vez de assumir que vamos trabalhar em um lugar, na nossa cultura nativa, precisaremos de novas habilidades, atitudes e comportamentos que nos ajudem a trabalhar em todas as culturas”, opina.

Ela realizou um estudo ao longo de cinco anos sobre a força de trabalho global na Rakuten, central de comércio eletrônico com sede no Japão, e observou cinco aspectos que fazem a diferença para criar uma “orientação de trabalho global”.

1. Abrace a indiferença positiva

“A indiferença positiva é a capacidade de deixar passar muitas diferenças culturais como não sendo especialmente importantes ou dignas de atenção, mantendo-se otimista quanto ao processo de engajar-se com a cultura vista como estrangeira”, explica a pesquisadora. Ou seja, o conceito trata de adaptar-se a práticas de trabalho culturalmente diferentes – como ter que usar um crachá ou fazer relatórios de desempenho frequentemente – sem gastar energia demais se preocupando com isso.

Isso é importante porque empresas globais terão, por princípio, trabalhadores com práticas culturais diversas. Nesse ambiente, adaptabilidade pode ser o diferencial entre sucesso e fracasso e estar aberto a novas perspectivas torna o trabalho mais fácil.

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2. Procure semelhanças entre culturas

Esse tópico se relaciona com o primeiro, já que observar as semelhanças nos aproxima de culturas estrangeiras. Os pontos comuns podem, inclusive, não ser muito óbvios, como no exemplo observado por Tsedal Neeley.

“Um engenheiro indonésio encontrou semelhanças com a exigência da Rakuten de que os funcionários passem cinco minutos por semana limpando suas mesas ao compará-la com a prática de lavar os pés e as mãos ao entrar numa mesquita. Em sua mente, ambos os rituais de limpeza demonstraram compromisso e responsabilidade com um determinado local”, conta. A aproximação dos colegas em função das similaridades se traduz em colaboração e eficiência.

3. Identifique-se com a organização global em vez de seu escritório local

Segundo a pesquisadora, um sentimento de pertencimento à organização, em geral, aumenta as chances de que os profissionais compartilhe também de seus valores e objetivos. “A identificação organizacional, termo para quando um indivíduo se sente em unidade com a organização, é crucial para promover a satisfação no trabalho, compromisso e desempenho”, afirma.

Manter os funcionários informados sobre a expansão global e oferecer ferramentas como uma rede social interna para estimular relações transnacionais são sugestões para facilitar esse processo de identificação com a companhia como um todo.

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4. Procure interações com outras subsidiárias geograficamente distantes

O levantamento feito por Tsedal mostrou que expatriados que não pertenciam a nenhum dos dois quartéis-generais da empresa - Japão e Estados Unidos - acolheram e buscaram mais interações com os funcionários em outras sedes da Rakuten. Os brasileiros foram os campeões, com 52% relatando relações voluntárias com outros locais; em comparação, os EUA foram os que menos interagiram, com cerca de 2% buscando relações com outras subsidiárias.

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“Esse comportamento é importante para a orientação global do trabalho, porque, minha pesquisa descobriu, em geral, quando as interações são altas, existe uma maior capacidade de desenvolver confiança e visão compartilhada entre colegas de trabalho internacionais”, relata. “Assim, o conhecimento tácito pode tornar-se mais explícito; o compartilhamento de informações ou práticas recomendadas pode tornar-se vantajoso; e aprender com as experiências comuns uns dos outros pode acelerar a propagação da eficiência das empresas em toda a organização global”.

5. Aspire uma carreira global

Pode parecer óbvio, mas o primeiro passo para ter uma carreira global é querer ter esse tipo de carreira. Para isso, é essencial o domínio da língua inglesa. “Viajar, viver em um novo país e oportunidades de avançar na carreira que podem vir com o trabalho em uma empresa multinacional foram todas as razões que os expatriados deram para suas aspirações de carreira globais”, enumera a professora.

Enquanto algumas pessoas tiveram esse desejo despertado justamente pelas aulas de inglês, outras pessoas foram procurar o curso para ter a oportunidade de expandir a carreira internacionalmente. De qualquer forma, investir na língua padrão do mundo dos negócios está diretamente atrelado ao sucesso do profissional global.

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