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Se você acha que o lucrativo mundo do petróleo é apenas para grandes empresas como a Petrobras, Shell, Exxon e outras gigantes do setor pode estar muito enganado. Com lances mínimos de R$ 1 mil a R$ 3 mil nos leilões da Agência NAcional do Petróleo (ANP) e disposição para pechinchar com fornecedores, já é possível produzir em campos que, segundo alguns exemplos, podem render até US$ 5 milhões ao ano: ou seja, uma bolada de R$ 12 milhões, o que não é nada mau.

A ANP colocou em exibição informações sobre 17 blocos de áreas inativas com acumulações marginais que serão oferecidos na Sétima Rodada de Licitações, em outubro. O objetivo, segundo o diretor Newton Monteiro, é democratizar o acesso à exploração e produção atraindo pequenas empresas.

- Nos Estados Unidos existem mais de 25 mil empresas que produzem mais que a Petrobras no Brasil. Localizamos uma série de campos da Petrobras que não eram interessantes para a empresa e que ela queria abandonar. Chegamos a oferecer em algumas rodadas de exploração e produção. Até que tivemos a idéia de atrair o pequeno empresário nacional - conta.

Para testar se a idéia era viável, a ANP fez um convênio com a Universidade Federal da Bahia (UFBA) e desenvolveu um projeto piloto no campo de Quiambina, no recôncavo baiano. O campo necessitou de investimentos de R$ 300 mil e produziu 10 mil barris no ano passado. Com a venda para a Petrobras, o projeto lucrou entre US$ 4 milhões e US$ 5 milhões.

- Seguimos todas as normais que a ANP tem para ver quais as dificuldades que o pequeno empresário teria se ele entrasse nesse negócio. E nesse trabalho a gente identificou uma série de ações que tivemos que fazer, como negociar pagamento de aluguel de sonda a prazo, com um carnê - diverte-se o diretor.

Ele conta que uma das maiores dificuldades para o desenvolvimento da produção no campo foi um desvio de 800 metros - uma exigência do proprietário do campo para que a atividade não fosse realizada nas proximidades de sua criação de galinhas.

- Ele tinha cerca de 100 galinhas e dizia que se se gritassem perto delas elas morreriam. Então tivemos que gastar muito mais fazendo este desvio - conta.

O edital do leilão dessas áreas será divulgado no dia 23 de agosto. As informações, no entanto, já estão disponíveis no data room, por R$ 200. Para participar da licitação, a empresa deve ter capital mínimo (patrimônio) de R$ 10 mil.

Monteiro lembra que a produção desses campos é pequena, não ultrapassando 100 barris por dia. Mas as vantagens são grandes: a agência reduziu o pagamento de royalties desses campos de 10% para 5%. Além disso, bancos como o do Nordeste, BNDES e Pactual já avaliam formas de financiamento para este tipo de produção. Para quem está na dúvida, ele dá uma alfinetada:

- Até mesmo a Petrobras já comprou o pacote de dados de dois dos campos que serão oferecidos.

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