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Concurso público

Apoio na medida certa para garantir a sonhada vaga

Quem convive com um concurseiro pode apoiá-lo no dia a dia, mas também tem tudo para se mostrar uma interferência ruim. Veja como ser a parceria perfeita

Maurício, a mulher, Patrícia, e a filha, Maria Vitória: com apoio da família, rotina é cronometrada, mas prazerosa |
Maurício, a mulher, Patrícia, e a filha, Maria Vitória: com apoio da família, rotina é cronometrada, mas prazerosa (Foto: )

"Interromper o estudo é a pior coisa que minha família faz." "Minha namorada marca ‘eventos’ sem minha aprovação e depois fica gerenciando meu estudo." "Por eu ter tempo ‘livre’, me passam problemas para resolver, como buscar a avó no hospital. Difícil dizer não." As frases são de concurseiros e foram tiradas de uma pesquisa inédita feita neste mês pela consultoria Coach de Concursos. O levantamento mostra como o apoio da família e de pessoas próximas é assunto delicado, mas importante para quem se prepara para uma carreira disputada no serviço público.

Negociar é o principal conselho de especialistas. A família deve se envolver nos planos do concurseiro e respeitar acordos. Flora Victoria, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Coaching, sugere que o candidato trace uma linha do tempo do primeiro dia até a época da prova, com cronograma de estudos para abranger todo o conteúdo. É essa a rotina que precisa ser negociada. "Peça apoio e seja educado. As pessoas à sua volta também têm prioridades e metas", pondera.

Relógio

Tempo de estudo é algo pessoal. Há quem estude dez horas sem esforço; outros precisam de lazer para manter o estresse baixo. Familiares devem dar espaço ao estudante, mas nada impede de o fazerem refletir. Vinícius Franco, do Instituto Brasileiro de Coaching (IBC), aconselha perguntar em vez de sugerir. "Não é cobrar e nem incentivar, é tornar consciente", diz. Assim, melhor do que criticar o concurseiro que anda relapso é questionar: "Você se sente seguro estudando duas horas por dia?". O mesmo vale ser feito para quem está estudando há quase uma década sem sucesso – a família pode induzir o estudante a, no mínimo, repensar sua estratégia.

"Boas intenções"

Uma situação complicada é quando os pais, por exemplo, são funcionários públicos. Nem sempre quem foi aprovado nos anos 1980 compreenderá fracassos do concurseiro, por desconhecer o quanto a concorrência está acirrada. Exemplo: na disputa de 2009 para escrivão da Polícia Federal, a procura foi de 128 candidatos por vaga. No de 2012, foi de 239 – havia 50 vagas a menos, mas o número de inscritos cresceu de 51 mil para 83 mil. Portanto, o servidor com carreira longa tem pouco a dizer a quem presta concurso hoje. "O pior que a família pode fazer é comparações. Desmotivam muito", diz Alessandro Marques, do Coach de Concursos.

Sem trabalhar

Quem prefere parar de trabalhar para estudar tem de refletir sobre depender de outra pessoa. Há casais que lidam bem com isso. Para solteiros, especialistas preferem opções como fazer uma poupança ou vender o carro. "Há pais que pagam cursinho, moradia, e ao mesmo tempo pressionam. Isso impacta no emocional do concurseiro", diz Vinícius Franco. Ele é adepto da seguinte fórmula: performance é igual a potencial menos interferência. Se o potencial está baixo, estude. Se os pais financiadores serão uma interferência negativa, tente outra alternativa.

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