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Os supermercadistas já falam em uma "bolha de otimismo" no fim do ano, principalmente em dezembro. Depois de passar boa parte de 2005 com as vendas em queda, os donos de supermercados acreditam que o humor do consumidor deve melhorar com a queda dos juros e a redução do preço dos produtos importados, que acompanham a desvalorização do dólar. As vendas vão continuar caindo em outubro e novembro, mas devem se recuperar em dezembro, salvando o setor este ano, de acordo com o presidente da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), João Carlos de Oliveira.

- Apostamos no aumento da venda física. O consumidor estará mais estimulado a comprar com a queda da taxa de juro. Acho que esse ano teremos uma situação atípica e uma bolha de otimismo. Muitas vezes o consumidor não entende tecnicamente o que representa a queda na Selic, mas sabe que alguma redução poderá ocorrer na taxa cobrada no crediário e no cheque especial - disse Oliveira.

A expectativa é que as vendas do setor cresçam de 3% a 5% em dezembro. O aumento será de 10% a 12% nos 10 dias que antecedem o Natal. Tradicionalmente, as vendas em dezembro são importantes para o setor e representam de 12% a 15% do total comercializado em todo o ano. Há sempre um grande apelo para as cestas e os presentes de fim de ano.

Como disse Oliveira no mês passado, será o melhor Natal dos últimos 3 ou 4 anos para o setor. As vendas reais devem crescer 2% este ano e o faturamento chegar a R$ 105 bilhões ou R$ 108 bilhões. Entre janeiro e setembro deste ano, as vendas acumulam alta de 2,18%.

O resultado de setembro não foi nada bom. As vendas caíram 1,39% sobre o mesmo período de 2004. Foi a segunda maior queda do ano, na comparação com os mesmos meses de 2004. Em abril, as vendas reais caíram 3,22% sobre abril do ano passado. Isto ocorreu porque a Páscoa este ano foi comemorada em março.

- Outubro e novembro apresentarão queda no acumulado, mas haverá reversão em dezembro, o que permitirá que o ano encerre com alta de 2% nas vendas. A queda nas vendas entre agosto e setembro correu por problemas sazonais, já que não houve feriado em agosto, mês que tem também um dia útil a mais - disse Oliveira.

Os preços dos produtos importados devem cair 20% neste Natal nos supermercados, acompanhando a desvalorização do dólar. Segundo Oliveira, já os preços dos panetones devem ser reajustados em até 5% neste final de ano e os das aves em 10%. Oliveira disse que os supermercadistas aumentaram os pedidos às indústrias neste final de ano, esperando aumento nas vendas.

Segundo uma pesquisa com 500 empresas, no que se refere às compras de fim de ano, considerando Natal e Ano Novo, 66% dos entrevistados aumentaram os seus pedidos à indústria em relação ao ano anterior. Outros 31% mantiveram as suas encomendas no mesmo patamar das praticadas em 2004 e, apenas 3%, disseram que suas compras de Natal ficaram abaixo dos níveis praticados no ano passado.

Em brinquedos, 45% dos entrevistados informaram que mantiveram os mesmos níveis de compra de 2004. Os outros 45% afirmaram que compraram, em média 17% mais brinquedos este ano. Os supermercadistas já venderam mais brinquedos nas lojas, mas perderam espaço para o comércio ilegal, de contrabando.

Já em relação às aves, 72% dos entrevistados disseram que aumentaram as suas compras de chester. Segundo o levantamento, 55% dos entrevistados afirmaram que compraram mais Peru e 64% disseram que compraram mais frango congelado. Ainda segundo a pesquisa, 52% dos entrevistados disseram que aumentaram em média 11% as compras de pernil e 48% disseram que aumentaram em 10% a compra de lombo. Em relação ao bacalhau, 48% dos entrevistados informaram que mantiveram as suas encomendas no mesmo patamar do ano de 2004, enquanto 52% disseram que encomendaram, em média, 16% mais.

Confirmando as expectativas dos fabricantes, 72% dos entrevistados disseram que aumentaram, em média, 16% as suas encomendas de panetone (apenas 24% mantiveram os mesmos níveis de 2004). Segundo o levantamento, 66% dos entrevistados encomendaram 14% mais frutas nacionais da época que em 2004, enquanto 31% mantiveram o mesmo patamar de compras do ano passado. Em relação aos vinhos nacionais, 57% encomendaram 11% mais, em média, do que no ano anterior (outros 39% mantiveram as compras no mesmo patamar).

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