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Quem apostou que as ações seriam um bom investimento em 2005 acertou em cheio. Foi na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) que estiveram as melhores oportunidades de ganhos do ano. O Índice Bovespa, principal indicador da bolsa, fechou o ano com valorização de 27,71%. Os fundos que aplicam recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) em ações da Petrobras foram a melhor opção, com ganho acumulado de 52,53% (até o dia 26 de dezembro, segundo relatório divulgado pela Associação Nacional dos Bancos de Investimentos - Anbid).

Em média, os ganhos da bolsa superaram com tranqüilidade as perdas da inflação. Também superaram com folga a rentabilidade dos fundos corrigidos por taxas de juros, como os de Renda Fixa e DI. Segundo os dados da Anbid, a rentabilidade dos referenciados DI foi de 18,80% no ano. Fundos de renda fixa tiveram ganhos de 18,44%. Individualmente, a maior alta do Índice Bovespa foi de Net PN, que subiu 150,28%. Já o dólar caiu 12,4% em 2005 e foi a pior opção de investimento do ano.

- Dois fatores deram sustentação à Bovespa em 2005. Um deles foram os fundamentos econômicos positivos, que superaram os negativos. Depois vieram os investidores estrangeiros, atentos à boa oportunidade de investimento no Brasil - disse Nicolas Balafas, consultor de investimentos da Planner Corretora.

O analista lembra que a queda do risco-país e o pagamento antecipado da dívida brasileira junto ao Fundo Monetário Internacional (FMI) são dos símbolos da melhora da imagem do país no mercado externo, apesar de o Brasil ter crescido bem menos que outras economias emergentes.

Balafas afirma que 2006 é um ano de eleições e requer cautela. Os ganhos podem ser repetidos, mas isso dependerá sobretudo da manutenção da atual política econômica, que agrada o mercado. O conselho para o investidor é que em 2006 procure se concentrar em ações das chamadas empresas com fundamento. Elas são mais sólidas e tendem a sofrer menos em períodos mais conturbados. Nesse grupo ele ressalta as "blue chips" Vale do Rio Doce e Petrobras, além dos bancos, cujos balanços não param de bater recordes.

Os fundos FGTS-Vale do Rio Doce tiveram ganho de 28,15%, também acima da média da bolsa. As ações do Índice de Governança Corporativa (IGC) foram outro destaque no ano. O índice subiu 43,76% no período. A alta é explicada em parte pelo crescimento desse setor, onde as empresas se comprometem com práticas de gestão mais rigorosas que as exigidas por lei. O índice reúne empresas divididas entre os Níveis 1, 2 e Novo Mercado. Outro motivo para o bom desempenho é a expectativa melhor para o desempenho das empresas desse segmento, justamente por sua maior transparência e respeito ao acionista minoritário.

À exceção do dólar, todas as aplicações financeiras ganharam da inflação em 2005. O IGP-M acumulado do ano ficou em 1,21%. Até mesmo a tradicionalíssima caderneta de poupança teve ganhos reais, ao acumular rentabilidade nominal de 9,21%.

Quem aplicou em fundos de renda fixa (juros prefixados) e DI (juros pós-fixados) também teve tranqüilidade. A diferença é os fundos de renda fixa começaram a apresentar vantagem em setembro, quando o Banco Central começou a reduzir os juros básicos da economia. Por terem rentabilidade pré-estabelecida, esses fundos não tiveram a rentabilidade reduzida junto com a taxa Selic, como acontece com os fundos DI.

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