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A psicóloga Fernanda Esteves brinca entre as bandeiras do Brasil e do Canadá: a brasileira vai em busca de qualidade de vida e melhores oportunidades de trabalho | Marcelo Elias/ Gazeta do Povo
A psicóloga Fernanda Esteves brinca entre as bandeiras do Brasil e do Canadá: a brasileira vai em busca de qualidade de vida e melhores oportunidades de trabalho| Foto: Marcelo Elias/ Gazeta do Povo

Viver em um país onde há pleno emprego e remuneração adequada, um sistema de saúde que funciona e universidades reconhecidas mundialmente, onde o meio ambiente é respeitado e os casos de discriminação são praticamente desconhecidos. Estes são alguns dos motivos que têm levado muitos brasileiros a trocar o Brasil pelo Canadá. Em contrapartida, os canadenses abrem as portas do país para receber imigrantes.

De acordo com informações do Consulado Geral do Canadá, em São Paulo, existem pelo menos três formas legais de imigração: Classe Família, Classe Econômica e Profissionais Qualificados. O primeiro caso é adequado para quem tem parentes morando lá e pretende migrar. A Classe Econômica é reservada para empresários ou trabalhadores autônomos que mostrem condições de realizar um negócio no Canadá. A terceira alternativa é destinada a quem pretende entrar no mercado de trabalho canadense – que sofre com a falta de mão de obra. A estimativa é de que 90 mil trabalhadores do mundo todo migrem anualmente para o Canadá.

No Brasil essa opção tem se mostrado uma alternativa interessante principalmente para quem tem curso superior. É o caso da psicóloga Fernanda Mancebo Esteves, 30 anos, que mora em Curitiba e está no meio do processo de imigração. "O que me atraiu foi a chance de começar uma nova vida com perspectivas melhores. Além de viver em um país onde a saúde publica é muito boa e o sistema de educação tem excelentes instituições", diz a psicóloga. "Isso equivale a qualidade de vida."

Processo

No entanto, para conseguir o visto legal permanente e a cidadania canadense é preciso enfrentar um processo relativamente longo. Fernanda decidiu emigrar em maio de 2009, quando se inscreveu para uma palestra sobre o assunto. "Achei que tinha tudo a ver comigo e entrei de cabeça." De maio a dezembro ela fez cursos intensivos e semi-intensivos de língua francesa. Em dzembro, quando achou que já estava em condições de se expressar em francês, encaminhou os documentos para o escritório da província canadense de Quebec em São Paulo. "Após a análise do meu dossiê, fui convocada para a entrevista no fim de maio de 2010 e fui aprovada", conta.

Desde então, Fernanda aguarda a análise dos documentos enviados ao governo do Canadá e o resultado dos exames médicos feitos por profissionais canadenses. "Essa espera pode durar uma média de 10 meses", conta. Se­­gundo a psicóloga, aproximadamente um mês depois da aprovação dos exames o consulado solicita o encaminhamento do passaporte para, só então, confirmar o visto de residência. Recebido o visto, a pessoa tem 12 meses para entrar no Canadá.

Do lado de lá

Processo semelhante viveu Claudete Beatriz Farion, 51 anos, formada em Comunicação Social com pós-graduação em marketing, que mora há um ano em Vancouver, na província da Colúmbia Britânica, costa oeste do Canadá. Claudete trabalha atualmente na Ferrari e Maserati como gerente de marketing e, diz que, se tivesse de tomar uma decisão sobre seu futuro neste momento, não voltaria a morar no Brasil.

Claudete conta que desde adolescente sempre quis morar no exterior por um período, mas esse sonho foi sendo adiado. "Em 2004 tomei a decisão de abandonar uma carreira profissional de alta responsabilidade, em prol de uma melhor qualidade de vida. Optei pelo Canadá porque aqui se valoriza profissionais em minha faixa etária", diz. Ela se candidatou na classe profissionais qualificados em 2005 – 18 meses mais tarde fez a segunda parte da seleção. "Todo o processo levou quase três anos e meio, também porque eu não tinha pressa e acabei perdendo alguns prazos".

Claudete diz que a vida no Canadá reserva muitos desafios, mas também é muito recompensadora. "A experiência é inestimável e muito valiosa. Durante os meses de novembro até janeiro chove sempre e tive de aprender a conviver com isso", conta. "Tudo de que a gente precisa e um ‘Vancouver Coat e Vancouver boots’, isto é, um casaco quente com capuz à prova d’água e botas. A chuva não para a vida."

O relato de Claudete é animador para tem planos de migrar para o Canadá para trabalhar. Ela acredita que a oferta de emprego realmente é maior do que a do Brasil. "Os sites de anúncios de empregos realmente funcionam e estão repletos de vagas. A remuneração é muito mais justa e a renda é melhor distribuída. Aqui todos têm direito a uma vida confortável, independentemente do nível educacional", conta Claudete, destacando que existem muitas leis coibindo totalmente qualquer discriminação.

Ela diz, por exemplo, que os currículos não têm idade, sexo, religião, nacionalidade e estado civil. "Nas entrevistas de emprego isto não pode ser perguntado porque é contra a lei. tudo para proteger qualquer tentativa de discriminação", conta. "As vagas de emprego também não podem privilegiar nenhuma dessas situações, como idade, raça ou sexo."

Saiba mais

Para conhecer melhor o processo de migração para o Canadá, acesse o site http://www.canadainternational.gc.ca/brazil-bresil.

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