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A partir de julho do ano que vem, a pesquisa da inflação medida pelo IPCA vai mudar. A gasolina e o telefone celular, por exemplo, terão mais peso no cálculo do índice, porque também estão influenciando mais o orçamento do brasileiro.

O IPCA é usado pelo governo como parâmetro do sistema de metas de inflação.

A gasolina será o item com maior peso individual, de 5,0184% (hoje é de 4,4124%). Vai desbancar o ônibus urbano, que atualmente é o gasto com maior peso - de 5,1876% e que passará a 3,3243% na nova composição.

A educação na rede particular ganhou importância na inflação, assim como os lanches e a refeição fora do domicílio. Itens como a internet, que antes nem eram pesquisados nas estatísticas da inflação, passarão a ser considerados.

A atualização no cálculo do IPCA será feita com base na última Pesquisa de Orçamento Familiar (POF), de 2002/2003, que analisou os gastos de 48,5 milhões de famílias. Hoje, o índice reflete um perfil de gastos da POF anterior, de 1995/1996. Naquela época, a internet era usada por pouquíssimos brasileiros (e por isso não aparecia na inflação) e os celulares tinham peso de só 0,24% nos gastos. Com a nova estrutura do IPCA, o celular entra na lista dos 20 produtos com maior participação, respondendo por 1,34% do índice. Parece pouco, mas vale lembrar que apenas 23 itens possuem peso superior a 1% no cálculo do índice e que todos eles juntos correspondem a 55,6% do total de despesas.

O IBGE esclarece que o conjunto de consumo permanece quase igual. O que mudou foi o impacto sobre o orçamento, pelas mudanças nos padrões de consumo detectadas entre a pesquisa anterior, de 1995-1996 e a realizada em 2002-2003.

O instituto percebeu o aumento de gastos com internet, TV a cabo, computadores, cabeleireiro e serviços bancários. Por outro lado, o peso de itens como cigarros e passagens aéreas diminuiu.

Outros ganharam participação porque subiram muito de preço, pesando mais no orçamento familiar. É o caso dos serviços bancários, que saíram de 0,04% para 0,69%.

Por grupos de consumo, alimentos e bebidas continuam com a maior ponderação, subindo dos 21,73% atuais para 22,14% em 2006. O peso da habitação vai cair, de 16,59% para 13,27%, assim como o de transportes (22,35% para 20,79%). Proporcionalmente, os maiores aumentos de ponderação vão ocorrer nos grupos Educação (de 4,86% para 6,55%) e Comunicação (4,02% para 5,84%).

Além das diferenças nos orçamentos familiares, o IBGE também vai atualizar a participação das regiões metropolitanas estudadas. São Paulo continua como a área mais importante, mas vai cair dos atuais 36,26% do índice para 33,06%. Cresce a parte de Belo Horizonte, de 9,15% para 10,83%.

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