Apesar de perder duas posições em relação ao ano passado, Londrina, no Norte do Paraná, segue entre as 100 melhoras cidades do Brasil para se fazer carreira. Passou de 26ª para 28ª posição. O item que mais contribuiu para a queda foi o aspecto econômico. As cidades que passaram Londrina foram Campo dos Goytacazes (RJ) e Juiz de Fora (MG). Na Região Sul, o Município continua em 5ª posição.
O levantamento da 100 melhores cidades para fazer carreira é feito pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) do Rio de Janeiro para a Revista Você S/A e foi divulgado nesta semana. Para o ranking, são analisados três aspectos de cada cidade: educação, economia e saúde. Em educação é verificado o número de matrículas e de vagas em cursos de graduação e pós-graduação. Em economia é verificado o PIB per capita e o ISS per capita. Em saúde é contabilizado o número de leitos e de profissionais de saúde (médicos e enfermeiros).
Conforme a assistente da pesquisa, Denise Nunes de Azevedo, o que contribui para a queda de duas posições de Londrina foi o vigor econômico. "Do ano passado para esse, no quesito educação, Londrina subiu da 27ª posição para 21ª e, no quesito saúde, subiu da 24ª para a 23ª. No entanto, em economia caiu da 60ª posição para a 66ª", explicou.
Ela observou que a queda de Londrina no ranking não foi maior porque educação tem peso 4 na nota final da cidade, enquanto economia tem peso 2. Saúde tem peso 1. Isso demonstra que Londrina tem uma boa posição no ranking brasileiro devido a dois setores em que a cidade é considerado pólo regional e até referência para outros estados: na oferta de ensino superior e de atendimento à saúde.
Os realizadores da pesquisa observam que é importante comparar Londrina com outras cidades que não sejam capitais. Se a cidade está em 28ª posição no ranking nacional (atrás de 14 capitais), quando comparada somente com as cidades do interior, Londrina fica em 15ª colocação. Neste levantamento, Londrina continua em posição ruim em economia: sobe apenas para a 54ª colocação. Em educação vai para 7ª e em saúde sobe para 15ª.
Paraná
Das sete cidades do Estado que estão entre as 100 melhores do Brasil para carreira, somente Guarapuava subiu no ranking. Todas as outras caíram de posição, sendo que Foz de Iguaçu saiu da relação. Curitiba caiu da 5ª para a 8ª posição, Maringá da 27ª para a 33ª, Cascavel da 58ª para a 68ª, Ponta Grossa da 81ª para a 82ª e São José dos Pinhais da 75ª para 83ª. Guarapuava subiu da 88ª colocação para a 78ª. Foz de Iguaçu, que era a 78ª cidade no ranking neste ano caiu para 102, saindo da relação das 100 melhores.
Idel reconhece dificuldades
O presidente do Instituto de Desenvolvimento de Londrina (Idel), Mauro Viecili, reconhece que Londrina enfrenta dificuldades para quem busca desenvolver uma carreira pois, na cidade, apesar de a pessoa conseguir uma boa formação, ainda faltam empregos para profissionais de nível superior. No entanto, ele afirma que Londrina está se tornando um pólo em tecnologia e isso atrairá bons empregos.
"Em 2005 e 2006 não tivemos crescimento no setor da indústria e nem de serviços e isso refletiu na redução da economia local. Mas novas empresas estão vindo para a cidade, principalmente de tecnologia e exportação, e isso dará um impacto positivo, de forma que a gente não perca o bom profissional que é formado em Londrina", enfatizou.
O diretor da agência de trabalho Labor, Silvio Lopes, afirma que, apesar de Londrina "ser uma cidade boa", ainda não proporciona o desenvolvimento da carreira de um profissional. "Conseguimos contar nos dedos as grandes empresas que há na cidade e que conseguem oferecer um crescimento para o profissional. A cidade tem muita gente, mas pouca oportunidade, então a alternativa é ir embora", disse.
