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A indústria brasileira vai manter o mesmo nível de investimento de 2005 no ano que vem, com a perspectiva de que a demanda de consumo não se aquecerá no curto prazo. De acordo com pesquisa divulgada nesta sexta-feira pela Confederação Nacional das Indústrias (CNI), apenas 28,9% das empresas pretendem acelerar suas compras de máquinas e equipamentos, o que, na média, indica manutenção do nível de investimento.

- O empresário nacional está pouco otimista sobre o futuro da economia brasileira - afirmou o coordenador da unidade de pesquisa da CNI, Renato da Fonseca, mesmo reconhecendo que a tendência de queda na taxa de juros e o fato de 2006 ser ano eleitoral, com mais investimentos por parte dos governos, poderem melhorar esse cenário.

A sondagem da CNI mostra também que dos investimentos planejados pelas empresas do setor no primeiro semestre de 2005 apenas 30% realizaram seus projetos. Quase 20% delas adiaram seus investimentos para o segundo semestre, sendo que 16,9% postergaram por tempo indeterminado.

De acordo com a CNI, esse cenário deveu-se ao desaquecimento da atividade econômica neste ano e pelo baixo otimismo em relação ao crescimento da demanda.

Como exemplo, 28,9% das empresas consultadas transferiram as perspectivas de compras de máquinas e equipamentos para o próximo ano, percentual menor do que os 40% das empresas que mostraram a mesma expectativa na sondagem anterior, em outubro de 2004.

A sondagem da CNI foi feita em outubro e ouviu 1.458 empresas, sendo 204 grandes e 1.254 pequenas e médias. Não existem dados quantitativos sobre os investimentos, apenas qualitativos. O levantamento indicou ainda que as empresas exportadoras vão reduzir suas compras de máquinas e equipamentos no próximo ano, devido sobretudo ao fortalecimento do real frente ao dólar nos últimos meses, que acabou afetando a competitividade do produto nacional no exterior. Neste caso, os setores que menos investirão são o de madeira e couro e peles.

- Em 2006, estamos esperando que o nível de atividade se manterá (em relação a 2005) ou crescerá mais um pouco - afirmou Fonseca.

A CNI calcula que o PIB nacional crescerá 3,5% neste ano, sendo que a indústria expandirá 4,4%. Foi constatado na pesquisa também que a atual capacidade produtiva da indústria brasileira é adequada para a demanda de 2006, o que explica ainda o não crescimento dos investimentos em 2006.

Sobre 2005, a sondagem mostrou ainda que apenas 30% das empresas realizaram os investimentos previstos para o primeiro semestre.

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