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Se por um lado a separação entre os âmbitos profissional e pessoal é necessária, isso não quer dizer que parentes não possam trabalhar juntos. Para Carlos Esteves, sócio-diretor da consultoria de negócios GO4!, há sim muitos pontos positivos em empresas familiares – valores comuns, dedicação e lealdade podem ajudar o negócio a ter sucesso. "A questão é saber usar essa energia com os devidos cuidados", diz.

Um dos exemplos ocorre na Pinho Logistics, empresa paranaense de comércio exterior. Nela trabalham três gerações da mesma família: Clóvis Ferreira de Souza, de 92 anos, é o presidente; seu filho, Sávio, 53, é o vice-presidente e diretor-executivo; e o neto, Carlos Henrique, 21, é trainee. Sávio explica que também entende as relações familiares dentro de uma empresa como difíceis, mas acredita que é possível superar os problemas quando há objetivos em comum.

Uma das medidas que a Pinho aplicou para facilitar essa relação foi diminuir ao máximo as relações entre os membros da família dentro da empresa. Assim, Clóvis, apesar de manter certas atribuições administrativas, não é mais o responsável pela direção diária da empresa, que está nas mãos de Sávio. Já Carlos Henrique desempenha atividades de trainee.

"Aqui sou como a rainha da Inglaterra! Dei plena liberdade para o Sávio dirigir a empresa", brinca Clóvis. "Na realidade já aprendi muito com ele. Hoje tenho 92 anos de idade. Estou lúcido, mas já não tenho mentalidade aberta para o mundo atual como ele." Sávio retribui a gentileza. "Meu pai e eu sempre tivemos uma relação de complementaridade. Ele é um grande modelo. Rusgas são naturais entre pai e filho, mas no nosso caso tudo é rapidamente resolvido. Até hoje, todos os dias pela manhã vamos juntos à missa antes do trabalho", conta.

Outro caso de sucesso é a rede de pizzarias Baggio. José Antonio Baggio Pereira, 43, administra o negócio com quatro irmãos. "O fato de sermos parentes no nosso caso até ajuda. Como temos o mesmo tipo de criação, os objetivos são parecidos", afirma. No entanto, cada um tem o seu restaurante. "Atuamos numa mesma linha, com a mesma marca, mas as administrações são diferentes. Cada um tem a sua maneira de lidar com o dia a dia", explica.

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