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As compras agressivas de dólares pelo Banco Central já se mostram insuficientes para barrar a queda da cotação. Pelo segundo dia consecutivo, o dólar minimizou o leilão de "swap" reverso do BC e fechou abaixo de R$ 2,20. A moeda americana caiu 0,59% e terminou o dia valendo R$ 2,187 na compra e R$ 2,189 na venda.

Depois de uma forte realização de lucros, a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) fechou em alta de 0,94% nesta terça-feira, aos 31.651 pontos. O total de negócios somou R$ 1,454 bilhão, volume abaixo da média das últimas semanas.

O risco-país brasileiro, medido pelo EMBI+ Brasil, fechou em 351 pontos centesimais nesta terça-feira, em alta de 5 pontos no dia. Na Argentina, o risco-país local terminou o dia a 390 pontos centesimais, em alta de 15 pontos no dia.

O BC vendeu 10.400 contratos de swap reverso, e já tinha vendido outros 10.500 na segunda-feira, totalizando US$ 1 bilhão. Como tem feito diariamente, a autoridade monetária também comprou dólares no mercado à vista, pagando até R$ 2,195. Nenhuma das duas ações conseguiu barrar a queda do dólar.

Segundo operadores, a combinação entre fluxo cambial positivo e pressão dos investidores "vendidos" no mercado futuro foi determinante da queda. Aos "vendidos" interessa derrubar a Ptax (média das cotações) de quarta-feira, quando são definidos os valores para liquidação de contratos futuros. Outro destaque do dia que contribuiu para a queda da cotação foi a notícia da reabertura da emissão de bônus em dólar, com vencimento em 2034.

- Acreditamos mesmo que em algum momento, do qual não estamos distantes, as tesourarias bancárias vão começar a exigir maior remuneração nos leilões de "swap" reverso. Essa é uma forma discreta de demonstrar menor interesse em participar destas transações - disse Sidnei Moura Nehme, diretor-executivo da corretora NGO.

Para Ideaki Iha, da corretora Souza Barros, a tendência é o dólar continuar a cair, a não ser que os juros sejam reduzidos com maior força, ou que o Banco Central se torne mais agressivo nas compras de dólares. Em outubro o BC comprou mais de US$ 3,3 bilhões de dólares no mercado à vista, cifra que pode ser superada em novembro.

Ações

O bom desempenho das bolsas americanas e européias foi fundamental para a melhora das ações brasileiras. Entre os indicadores divulgados esteve o aumento acima do esperado das encomendas de produtos duráveis e da venda de casas novas nos Estados Unidos. Os indicadores mostram que a economia americana está aquecida, o que em princípio é bom para os Estados Unidos e seus parceiros comerciais.

A notícia da emissão soberana de US$ 500 milhões feita pelo Tesouro Nacional foi mais um fator positivo para a bolsa, que opera perto das suas máximas históricas. O volume de negócios, no entanto, já começa a perder fôlego, como costuma acontecer no final do ano.

As ações da Companhia Vale do Rio Doce tiveram alta discreta no dia em que a maior mineradora das Américas anunciou a compra do controle da canadense Canico, por R$ 1,65 bilhão. Vale ON e PNA fecharam em alta de 0,30% e 0,11%, respectivamente. É comum as ações de uma companhia reagirem com baixa ao anúncio de uma aquisição, devido ao alto gasto da transação.

Entre os 57 papéis que fazem parte do Índice Bovespa, as maiores altas foram de Tim Participações ON (+7,94%) e Cesp PN (+4,16%). As quedas mais significativas do índice ficaram com Itaubanco PN (-1,39%) e Acesita PN (-0,96%).

Juros

As projeções dos juros negociadas na Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F) fecharam em baixa, apesar de o IGP-M de novembro ter ficado acima das estimativas. O indicador de inflação da Fundação Getúlio Vargas (FGV) ficou em 0,40% este mês, contra 0,60% de outubro. A previsão era de 0,30%.

Segundo analistas, a possibilidade de o Produto Interno Bruto (PIB) do terceiro trimestre mostrar desaceleração leva investidores a apostar na ampliação do ritmo de corte de juros. Os dados do PIB serão divulgados nesta quarta-feira. Outro destaque para o mercado futuro de juros será a divulgação da ata da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que na semana passada reduziu os juros básicos da economia (Selic) em 0,5 ponto percentual.

O Depósito Interfinanceiro (DI) de janeiro de 2006 fechou com taxa de 18,15% ao ano, contra 18,11% do fechamento de segunda-feira. O DI de outubro do ano que vem teve a taxa reduzida de 17,03% para 17% anuais. A taxa do DI de janeiro de 2007 caiu de 16,94% para 16,90% anuais.

Paralelo

O dólar paralelo acompanhou o comercial e fechou em São Paulo em queda de 0,41%, a R$ 2,340 na compra e R$ 2,344 na venda. O dólar turismo em São Paulo terminou a terça-feira em queda de 0,85%, cotado a R$ 2,170 na compra e R$ 2,320 na venda.

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