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A preocupação com o cenário político e o novo recorde dos preços do petróleo foram os combustíveis da alta de 1,24% registrada pelo dólar nesta quarta-feira. A moeda americana fechou cotada a R$ 2,437 na compra e R$ 2,439 na venda. Os títulos da dívida externa recuaram e o risco-país fechou em alta de 3 pontos, aos 418 pontos centesimais.

A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) tentou operar em terreno positivo, mas não teve fôlego. Depois de alternar tendências algumas vezes, a bolsa paulista fechou em baixa de 0,21%, com o Índice Bovespa em 26.712 pontos. Os negócios somaram R$ 1,160 bilhão.

Câmbio

Na máxima do dia, a cotação de venda do dólar chegou a R$ 2,445 (+1,49%), praticamente alcançando o patamar da última sexta-feira (R$ 3,450), quando o mercado foi sacudido por denúncias contra o ministro da Fazenda, Antônio Palocci.

E o motivo da tensão ainda é de que as denúncias contra o ministro tenham continuidade. A grande expectativa é com o depoimento de Sérgio Buratti, ex-assessor de Palocci na prefeitura de Ribeirão Preto, na CPI dos Correios.

- O mercado de câmbio está nervoso sim. A sensação é que não há direção definida, já que o mercado a cada dia se apega a um fator diferente - disse um profissional de um banco estrangeiro.

A pressão sobre o dólar foi mais forte à tarde, quando os preços do petróleo começaram a disparar e atingiram inéditos US$ 67 por barril na bolsa de Nova York. Segundo informam as mesas de operações, a alta do dólar não foi mais forte porque o fluxo cambial esteve positivo por todo o dia.

Os preços do petróleo subiram mais de 2%, marcando um máximo histórico, devido à queda dos estoques americanos de gasolilna e aos temores de outra tempestade tropical no Golfo do México que poderia afetar as instalações petrolíferas na região.

O barril do óleo leve americano fechou pela primeira vez acima dos US$ 67 desde que a Bolsa Mercantil de Nova York iniciou as operações em 1984, em alta de US$ 1,61, a US$ 67,32. Antes do fechamento, no entanto, o barril chegou a ser negociado a US$ 67,40, recorde histórico para o valor nominal da cotação. O recorde anterior era de US$ 67,10 atingido no início do mês.

Já o barril do Brent subiu US$ 1,36, para US$ 66,01 na Bolsa Internacional do Petróleo, em Londres.

Ações

A expectativa dos negócios também girou em torno do incerto depoimento de Rogério Buratti na CPI dos Correios, que deveria ter acontecido nesta quarta, mas tem sido adiada. Segundo Nicolas Balafas, consultor de investimentos da corretora Planner, o mercado avalia que Buratti tem poder para fazer mais estragos no mercado, se mantiver a linha do depoimento dado na última sexta-feira.

- Se ele mantiver o tom do depoimento dado aos promotores, não há porque a bolsa acreditar que o teor será positivo. A não ser que ele volte atrás - afirma.

Mas mesmo em meio à crise política, os investidores estrangeiros continuam a aumentar sua participação no mercado acionário brasileiro. Eles trouxeram à Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) nos primeiros 20 dias de agosto o equivalente a R$ 558,849 milhões. No acumulado do ano, o saldo de investimento estrangeiro está positivo em R$ 3,566 bilhões.

Os números da participação estrangeira foram bem recebidos, mas não o suficiente para sustentar uma recuperação da bolsa. No cenário internacional, o desempenho negativo do mercado de ações também não ajudou. Com a alta dos preços do petróleo, as bolsas americanas fecharam em queda.

Entre as ações que fazem parte do Ibovespa, as maiores quedas foram de CSN ON (-3,49%) e Celesc PNB (-2,58%). As altas mais significativas do índice ficaram com Petrobras ON (+3,64%) e Telemar ON (+3,14%). Petrobras PN subiu 2,81%, acompanhando a alta do petróleo no mercado internacional.

Juros

As projeções dos juros negociadas na Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F) andaram na contramão do restante do mercado e fecharam em baixa nesta quarta-feira. O mercado de juros operou mais atrelado ao noticiário econômico que ao político. O destaque do dia foi o resultado do IPC-S, que apontou deflação de 0,31% no Rio de Janeiro e de 0,35% em São Paulo.

Nesta quinta-feira será divulgada a ata da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom). O documento explicará os motivos da manutenção da taxa Selic na semana passada e poderá conter dicas sobre o futuro da política de juros do Banco Central. A expectativa do mercado é de que os juros comecem a cair em setembro.

O Depósito Interfinanceiro (DI) de outubro fechou com taxa de 19,61% ao ano, contra 19,63% do fechamento de terça-feira. O DI de janeiro de 2006 teve a taxa elevada de 19,23% para 19,19% anuais. A taxa do DI de janeiro de 2007 recuou de 18,32% para 18,27% ao ano. A taxa Selic, está hoje em 19,75% ao ano.

Paralelo

O dólar paralelo negociado no Rio de Janeiro fechou em alta de 1,17%, cotado a R$ 2,45 na compra e R$ 2,58 na venda. Em São Paulo, o "black" terminou o dia em alta de 0,37%, a R$ 2,56 na compra e R$ 2,66 na venda. O dólar turismo de São Paulo subiu 1,17%, a R$ 2,45 e R$ 2,58 na venda, respectivamente.

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