Dólar fecha em R$ 2,305, novo patamar do ano

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Após oito dias consecutivos de queda o dólar despencou 6,38% e já testa o piso psicológico dos R$ 2,30. A moeda americana atingiu novo piso no ao fechar em baixa de 0,25% nesta quinta-feira, cotada por R$ 2,303 na compra e R$ 2,305 na venda. É a menor cotação desde 14 de abril de 2002. Na mínima do dia, a cotação de venda chegou a R$ 2,293 (-0,78%), mas não se sustentou nesse patamar.

A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) cedeu à realização de lucros e fechou em baixa de 0,91% nesta quinta-feira, com o Índice Bovespa em 26.469 pontos. O volume financeiro totalizou R$ 1,274 bilhão.

Um aumento pontual da tensão com o cenário político fez o dólar abrir em alta, acenando com uma possível correção. O cenário externo negativo, puxado pela alta do petróleo, também contribuía. A combinação entre fluxo positivo e redução da tensão com a política, porém, foram aos poucos tirando a pressão de compra.

Teve repercussão claramente positiva a notícia de que a agência de classificação de risco Standard & Poor's (S&P) já teria elevado o "rating" brasileiro se o país não estivesse passando por uma crise política. Mas a inversão da tendência negativa somente se consolidou depois que o deputado Roberto Jefferson voltou a defender o presidente Lula, em depoimento na CPI do Mensalão.

- É curioso que o mercado tenha reagido tão bem à notícia sobre a S&P, porque ela é baseada na palavra "se". Ora, o mercado não trabalha com a palavra "se". Mas talvez a leitura tenha sido de que a agência de alguma forma sinalizou que fará esse "upgrade" - disse Hideaki Iha, da corretora Souza Barros.

A quinta-feira não chegou a ser de muitas notícias, principalmente no cenário econômico. Com isso, a volatilidade diminuiu no período da tarde e o dólar se conservou em leve baixa. Segundo operadores de bancos e corretoras, a tendência aparentemente é de que o dólar continue em queda nos próximos dias.

Uma das evidências disso é que o Banco do Brasil, que em geral compra dólares em nome do Tesouro Nacional, tem operado principalmente na ponta de venda. Isso leva os outros bancos a acredita que o Tesouro continuará ausente, sem comprar dólares durante a crise política. E a conclusão que se chega é que, se o Tesouro não quer dólares, não há comprador de peso que sustente a cotação.

AÇÕES - A queda das ações brasileiras teve como contribuição o desempenho negativo das bolsas americanas, que também fecharam em baixa. No final da manhã, o mercado chegou a esboçar uma reação, mas não houve fôlego para isso. Mesmo com duas baixas seguidas, a bolsa paulista ainda acumula alta de 1,64% em agosto.

- O mercado monitorou o cenário político e chegou a exibir volatilidade, atento ao depoimento de Roberto Jefferson. Mas os investidores continuam a entender que a crise política não deve afetar o presidente Lula. Além disso, os ingressos de recursos de estrangeiros continuam a acontecer - disse um profissional de uma corretora paulista.

Telemar PN, ação mais importante da bolsa, fechou em baixa de 0,56%. Entre as 55 ações que fazem parte do Ibovespa, as maiores quedas foram de Light ON (-6,14%) e Eletropaulo PN (-4,14%). As altas mais significativas do índice são de Net PN (+6,06%) e Banco do Brasil ON (+3,65%).

JUROS -As projeções dos juros negociadas na Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F) fecharam em leve alta nesta quinta-feira. A principal notícia do dia foi o resultado do IGP-DI de julho. A taxa apontou deflação de 0,40% no mês passado, contra 0,45% do mês anterior.

O Depósito Interfinanceiro (DI) de outubro fechou com taxa de 19,61% ao ano, contra 19,59% do fechamento de quarta-feira. O DI de janeiro de 2006 teve a taxa elevada de 19,08% para 19,11% do fechamento anterior. A taxa do DI de janeiro de 2007, o mais negociado, subiu de 17,68% para 17,71% anuais.

PARALELO - As cotações do dólar paralelo negociadas em São Paulo e no Rio de Janeiro fecharam estáveis. Em São Paulo, o "black" ficou em R$ 2,55 na compra e R$ 2,65 na venda. No Rio, a cotação ficou em R$ 2,40 na compra e R$ 2,55 na venda. O dólar turismo de São Paulo também não variou, terminando o dia a R$ 2,26 e R$ 2,46 na compra e venda, respectivamente.