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Um afrouxamento maior da política monetária é praticamente inevitável diante da queda de 1,2% do Produto Interno Bruto (PIB) no terceiro trimestre deste ano. Para o economista Jason Vieira, da consultoria GRC Visão, um corte de 1 ponto percentual na taxa Selic na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) não está descartado.

O economista classificou de "muito ruim" o resultado da economia no período julho-setembro, que ficou pior que as estimativas mais pessimistas. Por já prever um desempenho negativo no período, ele disse que o número divulgado nesta quarta-feira "assusta, mas não chega a surpreender".

Vieira previa um crescimento de 3,7% para o PIB de 2005 e já tinha reduzido essa expectativa para 2,9%. Agora, avalia uma nova revisão para baixo, talvez para algo em torno de 2,4%.

- São três os motivos para a queda do PIB. Um deles é a crise política, que pode não ter afetado o mercado financeiro, mas afetou a economia. Os outros dois são as políticas monetária e fiscal restritivas - disse.

O economista afirma que a situação do ministro da Fazenda, Antonio Palocci, fica mais complicada a partir de agora. Isso porque o crescimento da economia era seu principal trunfo ao defender a manutenção dos juros altos. Agora, com juros altos e economia travada, não há mais argumentos, afirma.

- Estamos perdendo a oportunidade de aproveitar um crescimento econômico mundial nunca antes visto. O Brasil está lutando há dez anos contra uma inflação que não existe - diz o economista.

Segundo Vieira, um afrouxamento da política monetária poderia gerar um repique inflacionário inicial, mas ele pode ser administrado pelo governo. Ele cita o exemplo americano, onde a inflação se mantém controlada mesmo em meio a um forte aumento do consumo.

- O ministro Palocci estava na ponta vendedora, mas passou para a ponta perdedora - afirma o economista, que defende os superávits do país, mas não concorda com a política monetária demasiadamente restritiva.

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