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O mercado financeiro operou um pouco mais tenso na manhã desta quinta-feira, mas nem por isso o dólar conseguiu interromper o movimento de queda. A moeda americana abriu em alta no início do dia, mas fechou a manhã em baixa de 0,41%, cotada por R$ 2,168 na compra e R$ 2,170 na venda. Este é o nono dia seguido de queda do dólar, que opera no menor patamar desde abril de 2001.

A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) se mostrou mais suscetível às influências internas e externas e fechou a manhã em baixa de 0,59%, aos 30.484 pontos. Dois fatores tiveram forte influência sobre o desempenho do mercado de ações. Um deles foi o aumento da inflação medida pelo IPCA e o outro foi a especulação em torno da permanência de Antonio Palocci no Ministério da Fazenda.

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), taxa oficial de inflação, subiu para 0,75% em outubro, o dobro do 0,35% registrado em setembro. O mercado esperava uma taxa de 0,56%. A aceleração da inflação preocupa o mercado de ações, porque pode sugerir maior cautela do Banco Central na redução dos juros básicos da economia. Para o dólar, a inflação mais alta sugere novas quedas da cotação.

Outro ruído que o mercado enfrenta são as divergências entre a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, e o ministro da Fazenda, Antonio Palocci. As críticas da ministra à política econômica e ao programa fiscal de longo prazo de Palocci, somadas aos desgastes das CPIs, levaram o ministro a avaliar a possibilidade de deixar o governo.

- Nem a questão política foi suficiente para sustentar o dólar em baixa. Os juros continuam altos, o fluxo cambial ainda é positivo e o mercado continua a apostar na queda - disse Hideaki Iha, da corretora Souza Barros.

Segundo o operador, o dólar "não tem um advogado que o defenda" e somente o Banco Central seria capaz de conter a depreciação. Redução de juros e retomada de leilões de contratos de "swap" cambial estariam entre as medidas, já que o aumento das compras de dólares no mercado à vista eleva também a dívida mobiliária do governo.

Entre os destaques da Bovespa estiveram as ações da Vale do Rio Doce, que caíram acima da média. Vale ON e PNA caíam 3,26% e 2,68% no final da manhã, repercutindo o resultado abaixo do esperado no terceiro trimestre. A Vale teve lucro de R$ 2,7 bilhões entre julho e setembro, com alta de 18,1% sobre o terceiro trimestre de 2004. Na comparação com o trimestre imediatamente anterior, houve queda de 22%.

Entre as 57 ações do Índice Bovespa, a maior queda foi de Caemi PN, que recuava 4,41%. A alta mais significativa foi de Telesp Celular Participações PN, que avançou 2,59%.

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