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O engenheiro Lúcio de Azevedo: depois de uma especialização, carreira dedicada a projetos | Aniele Nascimento/ Gazeta do Povo
O engenheiro Lúcio de Azevedo: depois de uma especialização, carreira dedicada a projetos| Foto: Aniele Nascimento/ Gazeta do Povo

O movimento de chegada de empresas ao Paraná está expondo a falta de profissionais preparados para atuar na fase de implementação de novas fábricas. É o caso de gerente de projetos de obras e plant controller (responsável pela área de planejamento fi­­nanceiro e tributário), tipicamente entre os primeiros a serem contratados após a de­­cisão de abertura de uma indústria. A demanda é alta, especialmente para os setores de máquinas e equipamentos, automotivo e alimentos e consumo, de acordo com Cesar Rego, gerente da regional Sul da consultoria de recrutamento Hays. Com salários entre R$ 10 mil e R$ 35 mil, dependendo do porte da empresa, esses profissionais têm sido trazidos de outros estados, diz Rego, porque não há oferta suficiente no estado para atender à necessidade.

Normalmente egresso das faculdades de Engenharia, o gerente de projetos costuma fazer um curso de especialização na área de projetos – há pós-graduação voltada para a área. Na prática, ele é responsável por todo o processo de implementação ou melhoria de uma unidade industrial, atendendo a especificações técnicas do projeto, como as engenharias elétrica e mecânica da obra.

Diferentemente de outras áreas, onde é mais fácil "roubar" profissionais de empresas concorrentes, o gestor de projetos raramente opta por abandonar um trabalho antes do fim, diz Rego, o que contribui para que esses profissionais sejam ainda mais cobiçados. Para ele, o Paraná se tornou um mercado promissor para a área, com o anúncio da chegada de novas empresas em diferentes regiões do estado. "Há uma preocupação em não concentrar as indústrias em Curitiba e região, e a gente pode ver que há demanda por esses profissionais em regiões como Ponta Grossa e Irati, por exemplo. Antes, um engenheiro de Maringá ou Londrina que trabalhava nessa área iria para o interior de São Paulo. Hoje estamos vendo que podemos reter essa mão de obra dentro do estado", diz.

Formado em Engenharia Mecânica, Lucio Foltran de Aze­­vedo, de 40 anos, atua co­­mo gerente de projetos em uma grande empresa do setor automotivo. Com experiência em multinacionais e empresas do setor médico-hospitalar, ele se especializou em gerenciamento de projetos ao perceber uma oportunidade no mercado. "Ao longo da minha carreira, tive exposição a diferentes tipos de projetos. Acabei fazendo uma especialização na área e agora só atuo como gerente de projetos", conta ele, que prevê um futuro promissor para a carreira.

Algumas empresas exigem um certificado na área, como o Project Management Professional (PMP), certificação mais respeitada no mundo no setor de projetos. Há cursos preparatórios para o exame, que pode ser feito ao longo de todo o ano em diferentes locais do país.

Impostos

Outro cargo bastante requisitado na chegada de uma empresa ao Brasil é o plant con­­troller. Num país de legislações tributária e trabalhista altamente complexas, esse profissional é essencial para garantir um planejamento de custos e gastos dentro do orçamento. Com a recente obrigatoriedade, no Brasil, de reportar o resultado financeiro de acordo com as normas internacionais de contabilidade, chamadas de padrão IFRS, o número de pessoas preparadas para esse trabalho ficou ainda menor, diz Rego. "É uma área altamente promissora para quem trabalha com contabilidade. Mas é essencial que se fale inglês, para atender o padrão IFRS, e porque muitas das novas empresas são estrangeiras, e elas querem entender em detalhes como funciona o sistema tributário brasileiro", diz.

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