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Operadores na Bolsa de Nova York: cansaço pode prejudicar a tomada de decisão | Brendan McDermid/Reuters
Operadores na Bolsa de Nova York: cansaço pode prejudicar a tomada de decisão| Foto: Brendan McDermid/Reuters

O cansaço é uma consequência normal do trabalho, mas quando extrapola o limite pode se tornar uma bomba-relógio. Funcionários expostos a rotinas cansativas e estressantes estão mais suscetíveis a tomar decisões erradas ou cometer falhas graves. Para minimizar o risco, há empresas investindo na área de gestão da fadiga dos profissionais.

Embora o termo seja pouco conhecido, a gestão da fadiga tem por objetivo amenizar o cansaço físico e mental dos profissionais, evitando que a fadiga excessiva comprometa o desempenho dos profissionais ou evolua para problemas de saúde mais sérios. "No levantamento que fizemos no ano passado, com dados de 2012 de 140 empresas do Paraná, concluímos que 37% das faltas são causadas por razões de saúde", afirma Dórian Bachmann, do escritório Bachmann & Associados, um dos responsáveis pela realização do 5º Benchmarking Paranaense de Recursos Humanos.

De acordo com a coordenadora do setor de qualidade de vida do Instituto de Medicina do Trabalho (Imtep), Julyana Andrade Vieira, primeiro é importante descobrir qual é a fonte do desgaste para, então, atacar o problema. Funcionários que possuem rotinas intensas de trabalho; extrapolam a carga horária regulamentada; levam trabalho pra casa; e convivem com a necessidade de mostrar resultados e atingir metas estão mais suscetíveis a apresentar quadros de fadiga crônica, explica.

As empresas têm papel fundamental no controle e combate da fadiga. Hoje, as ações de gestão do cansaço vão desde técnicas de rastreio de fontes de estresse e pesquisas de clima organizacional (para direcionar ações), aos chamados espaços de descompressão, criados para estimular pausas e momentos de descanso e lazer dentro da empresa. Outro aspecto importante, segundo Julyana, é manter um canal aberto para o diálogo em que os profissionais possam falar abertamente sobre os problemas do dia a dia do trabalho, inclusive quando se sentirem sobrecarregados. São ações que ajudam a amenizar os sintomas da fadiga e melhoram a produtividade.

O monitoramento do cansaço dos profissionais é assunto sério para algumas empresas, afinal, ele não prejudica apenas a atuação do profissional no trabalho, mas também a sua segurança. Essa preocupação é maior em áreas nas quais o desempenho humano é decisivo para a vida de outras pessoas como, por exemplo, pilotos de avião, controladores de voo, médicos, policiais, motoristas. O cansaço excessivo também afeta profissionais que ocupam cargos de grande responsabilidade, ou seja, precisam tomar decisões importantes. Executivos e profissionais da bolsa de valores estão entre eles.

Sinais de cansaço

Caracterizada pelo esgotamento físico e mental e pela falta de motivação para o trabalho, a fadiga em si não é uma doença, mas um alerta de que algo não está bem. O corpo dá alguns sinais importantes e é preciso estar atento para perceber. Perda de memória, insônia, irritabilidade, falta de concentração, desânimo, palpitação, dores pelo corpo e até mesmo a queda de imunidade são sintomas de cansaço que podem comprometer o desempenho dos profissionais.

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