Após a Operação Tormenta, deflagrada pela Polícia Federal na última quarta-feira e que prendeu uma quadrilha de fraudadores de concursos em diversas cidades do país, o governo dá sinais de que pretende adotar medidas relativas à segurança dos concursos públicos. Na sexta-feira, o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, determinou a criação de um grupo de trabalho para propor mudanças nas seleções realizadas pela administração pública federal.O grupo será composto por representantes da Secretaria de Gestão, que coordenará o projeto, da Secretaria-Executiva, da Secretaria de Recursos Humanos e da Secretaria de Logística e Tecnologia da Informação. Eles terão 30 dias para apresentar sugestões.
No operação da Polícia Federal, 12 pessoas foram presas. A quadrilha atuava em concursos de todo país, como o da própria PF, da Receita Federal (auditor fiscal de 1994) e o exame da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) 2ª fase 2010. O líder da organização era o responsável por corromper as pessoas que tinham acesso aos cadernos de prova mediante pagamento de propina
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Ernani Pimentel, presidente da Associação Nacional de Proteção e Apoio aos Concursos (Anpac), diz que, apesar da boa atuação da polícia, o melhor caminho para evitar fraudes é a criação de uma legislação específica para os concursos. "Defendemos há seis anos a criação de uma lei específica para regulamentar os concursos públicos. Isso daria ao candidato uma visão mais clara de quais são os seus direitos. Qualquer fraudador deve receber pena grave, inclusive deveria haver punição para os organizadores, pois se permitem situações passíveis de fraude, eles são coniventes com elas. Uma legislação específica teria um caráter educador, transformando os concurseiros em fiscalizadores das seleções. No site da Anpac, o candidato pode participar de um abaixo-assinado onde pedimos a criação dessa lei este é o momento certo para cobrarmos isso das autoridades".
O especialista em concurso público e autor do livro Manual dos Concurseiros Dicas e Estratégias para Passar em Concursos, Ricardo Ferreira, diz que as organizadoras precisam dar mais atenção à segurança do transporte das provas. "(É necessário) reforçar a logística no transporte das provas e haver punições mais severas porque se uma única pessoa desvia um caderno de prova já há um dano irreparável".
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