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Enquanto se discute no mercado de aviação se há ou não o risco de um "apagão" de pilotos, a Gol estuda a criação de um centro de treinamento próprio para agilizar a formação desses profissionais, a exemplo do que a rival TAM faz há cinco anos. "A ideia é montar um centro de treinamento com dois simuladores", diz Adalberto Cambauva Bogsan, vice-presidente técnico da Gol. A decisão deve ser tomada nos próximos dois meses.

Desde que foi fundada, há dez anos, a Gol realiza o treinamento dos seus pilotos de forma terceirizada no centro da fabricante de simuladores da canadense CAE, em São Paulo. Ele dura seis meses. Segundo Bogsan, com a criação do centro de treinamento próprio, esse prazo deve ser reduzido em pelo menos 45 dias.

Para se ter uma ideia da importância que o treinamento de pilotos representa hoje para uma companhia aérea, basta olhar os dados da Agência Nacional de Aviação Civil (An­­ac): a demanda por voos domésticos no Brasil aumentou 23% em 2010, mas o número de habilitações concedidas para pilotos e copilotos comerciais cresceu apenas 5%.

Nos últimos meses, a Gol contratou 394 profissionais que, atualmente, estão sendo treinados para, até maio, assumirem o posto de copiloto. Isso representa um aumento de quase 30% no quadro de pilotos e copilotos da empresa. É prática comum as companhias aéreas recrutarem apenas copilotos e depois promoverem os mais antigos ao cargo de comandante. Bogsan não revela qual o investimento necessário para a implantação de um centro de treinamento próprio. "O preço de um simulador varia muito", diz. Mas pode-se afirmar que é um negócio de milhões. Segundo um release divulgado pela própria matriz da CAE, em seu site, a venda, em 12 de janeiro deste ano, de cinco simuladores, de diferentes versões, representou contratos no valor total de aproximadamente US$ 65 milhões.

Na opinião do engenheiro aeronáutico Jorge Leal Medei­­ros, professor de transporte aéreo e aeroportos da Escola Politécnica da USP, investimentos como o da Gol são inevitáveis. "As empresas não querem aumentar seus custos, mas não há muita opção. A demanda por pilotos continuará aquecida nos próximos anos", diz.

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