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O primeiro índice de inflação fechado do ano mostrou forte desaceleração em relação a 2004 e representou um recorde. A inflação medida pelo Índice Geral de Preços 10 (IGP-10) acumulou alta de 1,47% em 2005, um ano de forte valorização do real.

No ano passado, a inflação pelo IGP-10 foi de 12,42%. A taxa de 2005 é a menor desde que o IGP-10 começou a ser apurado, em 1993. Antes, o menor índice, de 1,66%, havia sido registrado em 1998. Neste ano, o IGP-10 chegou a registrar quatro meses de deflação, de junho a setembro.

Em dezembro de 2005, a taxa subiu 0,06%, uma variação 0,29 ponto percentual menor do que a de novembro (0,35%). A taxa foi apurada entre os dias 11 de novembro e 10 deste mês e a queda foi maior que a esperada pelos analistas (que previam taxa entre 0,18% e 0,32%). Segundo o coordenador de Análises Econômicas da Fundação Getulio Vargas (FGV), Salomão Quadros, os preços subiram com mais força no varejo mas tiveram queda (deflação) no atacado.

- Vários itens continuaram presentes como o querosene de avião e os preços do boi gordo, que pararam de subir. Mas a grande novidade foi o óleo combustível, que apresentou desaceleração de 7,35% no mês - explicou.

Em relação ao recorde de 1,47% registrado no ano, o economista da FGV assinalou que 2005 foi um período de forte valorização cambial, o que contribuiu para conter a inflação.

- Mas essa queda recorde também deverá ser observada no caso do IGP-M (índice Geral de Preços do Mercado), quando divulgarmos no dia 29 os índices relativos também a 2005 - acrescentou.

Os três componentes do IGP-10 apresentaram as seguintes trajetórias em dezembro: o Índice de Preços no atacado (IPA), que compõe 60% do IGP, saiu de uma alta 0,33% em novembro para queda de 0,16% em dezembro; o Índice de Preços ao Consumidor (IPC), com peso de 30% na taxa geral, subiu de 0,43% para 0,53%; e o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) subiu de 0,28% para 0,39%.

Para o consumidor, a maior pressão veio dos preços dos alimentos. O grupo alimentação subiu de 0,66% em novembro para 1,27% este mês. A alta do IPC só não foi maior devido à desaceleração dos gastos com transportes, que caiu de 0,93% para 0,40%, com o menor impacto do reajuste dos combustíveis.

No varejo, subiram com mais força em dezembro os preços de produtos como tomate (que acelerou de 4,39% em novembro para 42,81% este mês); e batata-inglesa (de 15,27% para 35,96%). Pesou também no bolso do consumidor a tarifa de eletricidade residencial (que subiu de 0,85% no mês passado para 2,47% em dezembro).

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