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Entidades representativas do agronegócio paranaense, que formam o Fundo de Desenvolvimento da Agropecuária do Paraná (Fundepec-PR), se reuniram nesta segunda-feira (12) e de forma unânime, em nota, pediram ao vice-governador e secretário da Agricultura e Abastecimento do Paraná (Seab), Orlando Pessutti, que sejam cumpridas as normas da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), sem medidas protelatórias, mesmo que envolvam o sacrifício sanitário dos animais.

O documento, enviado ao secretário, diz que a presença de febre aftosa no Paraná é fato consumado e que, de acordo com procedimentos recomendados pela OIE, a Seab tem duas alternativas para a recuperação do status de área de livre comércio: o sacrifício sanitário, que consiste no abate dos 2.212 animais da fazenda Cachoeira em São Sebastião da Amoreira, Norte; ou o abate, em frigoríficos, apenas dos animais com sintomas.

Na primeira hipótese o Paraná levaria seis meses para recuperar o status, enquanto se optar pelo abate no frigoríficos o status de área livre deve vir somente em um ano e meio.

A nota encerra dizendo que "as entidades resolvem por unanimidade recomendar ao governo estadual a adoção das medidas preconizadas pela OIE, mesmo que envolva o sacrifício sanitário dos animais, com o intuito de estancar com a maior brevidade os incalculáveis prejuízos que estão sofrendo as cadeias produtivas de carnes bovina, suína, avícola e lácteos".

Possível soluçãoO professor da Universidade Estadual de Londrina (UEL) e doutor em virologia, Amauri Alfieri, defende o abate sanitário de todos os animais da fazenda, onde o Ministério da Agricultura afirma ter descoberto o foco da doença. A posição de Alfieri foi apresentada durante uma reunião, em Londrina, no Norte do estado, com cerca de 30 agropecuaristas ligados à Sociedade Rural do Paraná nesta segunda-feira (12).

Perguntado sobre como era possível contestar o laudo, o professor adiantou que não adianta entrar na Justiça, pelo menos neste momento. Para Alfieri, a solução é matar todos os animais, supostamente infectados, e enviar amostras para o Panaftosa - Centro Panamericano de Combate à Febre Aftosa. O centro é um órgão ligado a Organização das Nações Unidas para alimentação e agricultura.

"O Ministério é soberano e só eles podem fazer os exames. A solução é abatermos o gado e enviar para o Panaftosa. Se for constatado que não temos a doença, aí sim devemos entrar na Justica", afirmou o professor.

Alfieri pretende apresentar sua posição nesta terça-feira (13) durante uma audiência pública que acontece na Câmara dos Deputados em Brasília.

ContatosA reportagem tentou entrar em contato com o vice-governador Orlando Pessuti para comentar a nota da Fundepec-PR, mas ele não retornou as ligações.

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