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São Paulo (AE) – O debate sobre desarmamento não é novidade para Philip J. Cook, professor do Departamento de Políticas Públicas da Universidade Duke, em Durham, Carolina do Norte, nos Estados Unidos. Cook pesquisa o tema desde 1975. Nos últimos 30 anos publicou mais de 40 artigos em revistas acadêmicas e livros.

Como chegar a conclusões sobre armas, se dados e estatísticas são incompletos?

Philip J. Cook – O assunto é complicado, mas há, sim, como ter algumas certezas. Os criminosos escolhem as armas que estão à disposição. Outra é que o uso de uma arma de fogo num assalto aumenta as chances de a vítima morrer. Nesse sentido as armas intensificam a violência. Quanto a esses assuntos, não há discordância. Nas cidades em que existe uma grande quantidade de armas, o número de assassinatos é mais alto. O índice cresce à medida que a presença de armas aumenta.

O desarmamento diminuirá o número de crimes no Brasil?

Sinceramente, não acho que o desarmamento no Brasil, mudará a quantidade de crimes e o nível de violência. A esperança é diminuir o número de assassinatos e o pânico das pessoas que são vítimas de assaltos. Mas o número de assaltos, arrombamentos, estupros deve se manter o mesmo. Não há mágica nessa área. A única coisa que se pode esperar é a redução da intensidade da violência. Para avançar, é necessário mais do que desarmamento. No curto prazo, é preciso contar com uma força policial honesta e motivada.

As pessoas acham que, se moram em comunidades com grande quantidade de armas, os criminosos terão menos incentivos para assaltar as casas. De acordo com as pesquisas que realizei, isso não acontece. Ao contrário. Nos lugares onde há mais armas, o número de arrombamentos é maior.

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