Fases
O concurso para ingresso no Instituto Rio Branco é composto de quatro fases, com cerca de 10 provas, que ocorrerão dentro de quatro meses.
- Prova objetiva, de caráter eliminatório;
- Prova escrita de português, de caráter eliminatório e classificatório;
- Prova escrita de história do Brasil, de geografia, de política internacional, de inglês, de noções de economia, de noções de direito e direito internacional público;
- Prova escrita de espanhol e francês (esta última prova tem caráter classificatório, mas não eliminatório).
A carreira é sedutora, mas o concurso para ingressar na diplomacia sempre foi encarado como um "bicho de sete cabeças". A próxima prova para as 105 vagas no Instituto Rio Branco (IRB), a escola brasileira de diplomatas, ocorre em março. O salário de admissão é de R$ 10,9 mil, para o cargo de terceiro secretário. E o Ministério das Relações Exteriores (MRE) garante que a carreira, antes direcionada a graduados em direito com vocação para intelectuais, agora está mais acessível.
"Há uma política de se democratizar o acesso à carreira de diplomata, e de tornar mais amplo o acesso dos candidatos aos conteúdos do concurso", explicou em entrevista à Gazeta do Povo o terceiro secretário do MRE Edison Luiz da Rosa Junior que participa da peregrinação de diplomatas pelos principais jornais do país para divulgar o concurso.
Parte dessa política de democratização, conta ele, começou ainda na década de 90, quando as provas passaram a ser aplicadas também fora de Brasília o custo de deslocamento para as várias etapas do concurso já dificultava o acesso à carreira. Hoje, todas as etapas das provas ocorrem em todas as capitais.
Há ainda um Guia de Estudos, que estará disponível para os inscritos no próximo dia 12, pela internet, com exemplos de provas anteriores e as melhores respostas, além da bibliografia recomendada e comentários do próprio IRB.
"O concurso é regular e previsível. Os conteúdos não mudam. As matérias que são cobradas lembram um vestibular, só que de maneira mais aprofundada", disse Rosa Junior. Ele explicou ainda que as provas orais foram excluídas do processo para se preservar o princípio da isonomia entre os candidatos. Nem por isso a prova ficou fácil.
"O interesse do Itamaraty é fazer política externa, o que, cada vez mais, não é uma atividade política. Você precisa ter gente que entenda de meio ambiente, de cultura brasileira ou de prospecção em águas profundas, por exemplo."
Por isso mesmo, segundo ele, nos últimos anos a especialidade das pessoas que têm cursado do IRB variou muito há espaço para graduados em engenharia e medicina, por exemplo. Ele contou que teve um colega de turma que era graduado em fisioterapia.
Ainda assim, frisou, é preciso ter conhecimento e interesse por questões de direito internacional, comércio exterior e língua estrangeira além do inglês, a última fase do concurso consiste em prova escrita de espanhol ou francês, à escolha do candidato.
Por isso, disse ele, o "concurseiro" do Itamaraty tem um perfil um pouco diferente dos postulantes a outros cargos públicos. "No concurso para diplomata as matérias que lá caem não são aproveitadas em outras provas. Mas o candidato que tenha cultura geral ampla já é um forte candidato."
O esforço de democratização, segundo ele, tem dado resultados. No início da década, a média de inscritos por concurso era de 3 mil. Há quatro anos, este número saltou para 6,5 mil, e tem ficado na casa de 8 mil nos últimos dois anos. O Paraná, diz ele, é o quarto estado que mais aprova candidatos, depois de São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília.
Serviço:
Concurso Público de Admissão à Carreira de Diplomata. Inscrições até a próxima quinta-feira, 12 de fevereiro, pelo site www.cespe.unb.br/concursos/diplomacia2009. Em Curitiba, os candidatos que não tiverem acesso à internet podem fazer a inscrição na Microlins Portão, até o dia 12 de fevereiro (Avenida Presidente Kennedy, 4.070 Água Verde). As inscrições custam R$ 110.
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