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Embora tenha admitido que ficou aborrecido com a queda de 1,2% do PIB no terceiro trimestre, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu a empresários de 28 países para que não se preocupem com a queda do índice ao mesmo tempo em que garantiu que não fará mudanças na política econômica. Para Lula, os indicadores demonstram que a economia "se Deus quiser" vai crescer de forma sólida até 2010.

- Não se preocupem com o índice do terceiro trimestre. Não se preocupem porque, embora tenha me deixado chateado, os indicadores demonstram que a economia vai crescer de forma sólida em 2006 e, se Deus quiser, em 2007, 2008, 2009 e 2010 - disse Lula, durante abertura do 7º seminário "Brasil & Parceiros: Oportunidades de Investimentos", em hotel de São Paulo.

O presidente também ouviu duras críticas em relação à manutenção de altas taxas de juros, à valorização do real frente ao dólar e aos gargalos na área de infra-estrutura. Segundo os investidores, esses fatores poderiam afetar de alguma forma o planejamento de novos investimentos no país. Como resposta, Lula reafirmou que não vai mudar a atual política econômica, mesmo às vésperas de um ano eleitoral.

- O Brasil não pode em nenhum momento permitir que qualquer que seja a circunstância em função de ano eleitoral, e faço questão de reiterar isso na frente dos empresários e dos trabalhadores todas as vezes em que sou chamado para um debate, que não haverá em função do ano eleitoral, nenhuma tomada de posição do governo que possa colocar em risco o que conseguimos criar nesses três anos de sustentabilidade - destacou o presidente.

Coube ainda ao presidente do Banco central, Henrique Meirelles, afirmar aos empresários que o mais importante é que a tendência hoje é de queda dos juros.

- A questão hoje é sobre a velocidade neste corte. Isso não foi mencionado porque é parte da estratégia do governo - afirmou o ministro do desenvolvimento, Luiz Fernando Furlan, que fez um relato da reunião.

Em relação ao dólar, a resposta do governo foi que não há intenção de promover intervenções para regular as cotações do dólar. Meirelles destacou que apesar da queixa de valorização excessiva do real, o país continua a quebrar seguidos recordes na balança comercial e que tem aproveitado este momento para elevar os níveis das reservas internacionais.

Ainda no discurso desta sexta- feira, o presidente mandou um recado aos empresários que cobram um crescimento maior da economia. Para alguns executivos, embora o país esteja crescendo, os índices continuam abaixo dos registrados em países emergentes. Para Lula, é hora de olhar apenas para dentro do próprio país. Segundo o presidente, não adianta comparar os índices da economia no Brasil com os de outros países que estão crescendo mais, como Estados Unidos e China.

- Em economia, não existe mágica. Em economia, existe seriedade, existe transparência, existem passos a ser dados do tamanho da nossa perna.

O presidente comentou que recebeu telefonema do primeiro ministro britânico, Tony Blair, que é coordenador do G-8, grupo dos países mais ricos do mundo. Os dois falaram sobre as negociações da Rodada de Doha. O presidente disse ter sugerido a Blair para que se convoque países emergentes para discutir investimentos principalmente no setor de agronegócios. Lula disse que também pediu ao primeiro-ministro para que a reunião ocorresse antes da conferência ministerial da Organização Mundial do Comércio (OMC).

- Não estou falando pelo Brasil, que quando se trata de agronegócios não tem medo de competir com qualquer país do mundo. Estamos falando pelos países da África, pelos países mais pobres da América Latina e pelos países mais pobres do mundo que têm na agricultura a única possibilidade - disse Lula, aplaudido pelos empresários.

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