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A maioria dos 54 deputados estaduais do Paraná vai se manifestar contra a proibição do comércio de armas e munições no país, no referendo de amanhã. Levantamento feito junto aos parlamentares mostra que 36 deles votarão em favor do "não" e 14 deputados são favoráveis ao desarmamento e votarão "sim". Os deputados Artagão Júnior (PMDB), Hermes Fonseca (PT), Mauro Moraes (PMDB) e Pedro Ivo (PT) não se manifestaram sobre o referendo.

O deputado Ratinho Júnior (PPS), autor da lei estadual do desarmamento (projeto de incentivo ao desarmamento mediante indenização de R$ 100,00) e que lidera a Frente Paraná Sem Armas, concorda que o grupo é minoria, mas ressalta que essa decisão é da população. "A proibição do comércio de armas de fogo e munição, isoladamente, não é capaz de solucionar o problema da criminalidade. Mas é um passo fundamental em direção a uma sociedade mais segura e, para isso, é preciso dar o primeiro passo", justifica o parlamentar.

Para o deputado Élio Rusch, um dos coordenadores estaduais da Frente Parlamentar pelo Direito à Legítima Defesa, que incentiva a população a votar pelo "não", a proibição da comercialização legal de armas vai estimular o mercado negro. "O Estatuto do Desarmamento trouxe avanços para a área e, atualmente, só o cidadão de bem pode adquirir arma no Brasil, mediante comprovação de antecedentes criminais, trabalho fixo, exame de sanidade mental e certificado da Escola de Tiro", destaca Rusch. "Não defendemos que o cidadão ande com o revólver na cinta, mas que possa ter em casa uma arma para se defender", acrescenta o deputado.

Já o deputado José Domingos Scarpellini, que também preside a Comissão de Direitos Humanos, da Cidadania e de Defesa do Consumidor da Assembléia, afirma que é preciso conscientizar o cidadão de que a arma não o coloca em situação de defesa perante o bandido. "Uma pessoa que não tem coragem nem preparo para usar a arma pode ser facilmente rendida e morta pelo bandido", diz Scarpellini.

A deputada Luciana Rafagnin (PT), que reforça o bloco do "sim" também concorda que a arma não protege e "dados mostram que mais de 50% dos crimes no Brasil são cometidos usando-se arma de fogo". "É importante destacar ainda que essas mortes não são causadas por criminosos, mas ocorrem em crimes domésticos, no trânsito ou em decorrência do alcoolismo, entre outros motivos", diz a parlamentar.

O deputado Cleiton Kielse, favorável ao "não", acredita que a campanha de desarmamento é um pano de fundo para tapar as CPIs de Brasília, pois não existe a necessidade do referendo. "Os quase R$ 600 milhões que estão sendo gastos nesse processo poderiam ser transferidos para os estados investirem em segurança pública", afirma Kielse, lembrando que o Paraná recebeu aproximadamente R$ 30 milhões do governo federal, nesses quase três anos de administração, para aplicar na pasta de segurança.

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