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Oftalmologia, ortopedia, ginecologia, gastroenterologia, pediatria, urologia, cardiologia, dermatologia, anestesiologia, angiologia, endocrinologia, nefrologia, homeopatia, psiquiatria, cirurgia... o campo de atuação de um graduado em Medicina é tão vasto que são inúmeras as especializações disponíveis. Os estudantes mal saem da universidade e já começam a estudar algum tipo de pós-graduação. A maioria faz residência médica para ficar especialista em algum assunto.

Após passar seis anos estudando, a porta de entrada para a especialização é a residência médica. Esse tipo de pós-graduação surgiu no Brasil na década de 40 e é regulamentada pela Comissão Nacional de Residência Médica (CNRM) do Ministério da Educação (MEC). A residência é um curso prático, onde o recém-formado toma contato com o dia-a-dia de um hospital e aprende as manhas da profissão. Dura em geral de dois a quatro anos com 90% da carga horária direcionada à prática da especialidade escolhida. A seleção é feita por concurso público.

Para o oftalmologista Hamilton Moreira, um profissional da área médica pode atuar na assistência à saúde, pensando no benefício imediato do paciente, ou na pesquisa, visando a novas descobertas. O médico diz que a residência médica é imprescindível para quem quer ser especialista. "A residência é uma continuação da faculdade", explica. Ele acha difícil para o estudante escolher sozinho qual caminho seguir. "É necessário um mentor, que já conheça como funciona o serviço e possa direcionar melhor".

Após a residência, existe a possibilidade de fazer um mestrado ou doutorado, que é mais teórico, direcionado à pesquisa e ao estudo. "Para quem não pretende trabalhar na área acadêmica não vale", alerta Moreira. Segundo o médico, o mestrado tem perdido muito o valor nos últimos anos e o que importa mais é o doutorado. O mestrado ensina como fazer a pesquisa, enquanto o doutorado aplica a pesquisa propriamente dita.

A estudante Tatiane Decanini, de 24 anos, está indo para o terceiro do curso de Medicina e ainda não tem uma idéia concreta de qual especialização quer fazer. "É difícil escolher. Desde o primeiro ano de faculdade eu já mudei várias vezes de opinião", conta. Decanini agora pensa em estudar geriatria ou cirurgia cardíaca, mas quem sabe se ela não muda de idéia? "Conheço gente que no começo do curso queria fazer cirurgia e agora nem pensa nisso mais". Para ela, a melhor maneira de descobrir qual caminho seguir é na prática, fazendo estágios e conhecendo como funciona um hospital no dia-a-dia.

Para quem não pensa em fazer nenhuma especialização, o coordenador do curso de Medicina da Pontifícia Universidade Católica (PUCPR), professor Emílio Scheer Neto, dá o recado. Ele conta que existe hoje em dia um movimento para a volta do médico de família, aquele clínico geral que faz algumas cirurgias. "Ainda se dá muita ênfase à especialização, mas as diretrizes do Ministério da Educação são de que se formem médicos generalistas", explica. No entanto, para se aplicar essa idéia, o curso teria que ser um pouco diferente, conta o professor.

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