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"O que acontecer com a terra acontecerá com os filhos da terra. O homem não teceu a teia da vida, ele é apenas um fio. O que ele fizer à teia, estará fazendo a si mesmo"Ted Perry, inspirado em palavras do índio chefe Seattle

A constante devastação do meio ambiente proporcionada pela humanidade, feita de forma mais rápida nos últimos 100 anos, é cada vez mais discutida pela sociedade. A recente celeuma sobre a criação de áreas de preservação das matas nativas de araucária no Paraná (cujos resquícios não somam 0,8% da cobertura original), a proteção da mata atlântica e da floresta amazônica, o buraco na camada de ozônio, o efeito estufa, o desenvolvimento sustentável e a diminuição da poluição são alguns dos temas que entraram no bate-papo cotidiano das pessoas.

Segundo dados obtidos por um programa da Organização das Nações Unidas (ONU), um quarto das mortes ou casos de invalidez por doenças infecciosas registradas no mundo têm uma relação estreita com a degradação ambiental. De acordo com o mesmo levantamento, essas doenças são determinantes da morte de cerca de 15 milhões de pessoas por ano e são consideradas a principal causa mundial de mortalidade.

Seguindo a tendência de conscientização, a legislação ambiental está cada vez mais rigorosa e as empresas e grandes indústrias precisam se adequar a essa nova realidade. Mesmo assim faltam profissionais habilitados para encarar a tarefa. Para preencher essa lacuna, cursos de pós-graduação que focam essas questões estão aparecendo no Paraná.

Já existiam os cursos de especialização em Engenharia Ambiental, do Centro Federal de Ensino Tecnológico do Paraná (Cefet-PR) e do Centro Universitário Positivo (Unicenp), e o de Engenharia Ambiental – Ênfase em Saneamento, da Universidade Estadual de Maringá (UEM). Neste ano surgiu o Mestrado Profissional em Gestão Ambiental no Unicenp. O curso é multidisciplinar e é dirigido a profissionais das áreas de Engenharia, Química, Biologia, Administração e cursos da área de Saúde. "Mesmo assim não há muita restrição à formação do aluno, depende muito do tipo de projeto que ele pretende desenvolver", explica o professor Maurício Dziedzic, coordenador do programa no Unicenp. "Na primeira turma temos um advogado, um designer, um farmacêutico, um engenheiro e há um jornalista interessado em entrar na próxima turma". O curso está com inscrições abertas para a segunda turma até o dia 28 de maio. São 25 vagas.

Mercado

Para Dziedzic, a área é realmente promissora. "Dizem que meio ambiente é a profissão do futuro", afirma. O professor conta que há uma grande demanda por profissionais especializados em Gestão Ambiental. Os professores do Unicenp são constantemente contratados para serviços de pesquisa, consultoria e pareceres técnicos. A professora Cássia Maria Lie Ugaya, coordenadora do curso de Engenharia Ambiental do Cefet-PR, concorda com Dziedzic. "A tendência é crescer a procura por esse tipo de profissional. Nas agências de emprego é possível perceber um aumento de vagas nessa área", conta. Outra prova é um estudo feito pelo Instituto de Estatísticas do Trabalho (Bureau of Labor Statistics) dos Estados Unidos que realizou projeções para descobrir quais serão as carreiras mais promissoras dos próximos dez anos. A campeã da lista foi a Engenharia Ambiental.

O curso do Cefet-PR é semelhante ao do Unicenp, mas prioriza a área de engenharia, como o próprio nome já demonstra. "Tem algumas aplicações matemáticas que os outros cursos não abordam", explica a professora. No entanto, a grade do curso é modular e os alunos podem optar em estudar mais ou menos certos assuntos. Como no Unicenp, a procedência dos estudantes é de várias áreas, e essa estrutura flexibiliza o ensino.

No Unicenp, todos os alunos devem estudar a base do curso, que é Química, mas também devem dar atenção às matérias de Agronomia, Biologia, Engenharia, Física e Bioquímica. Como é um mestrado, deve haver uma pesquisa, que é direcionada para o controle da qualidade físico-químico de solos, água e ar e também no monitoramento e modelagem da qualidade da água, do ar e do solo. Os alunos também estudam plantas hiperextratoras de metais pesados, manejo de plantas, mecanismos de fotorremediação, desenvolvimento de métodos analíticos na determinação de componentes químicos, seleção de bioindicadores de poluentes, acúmulo de poluentes em organismos, monitoramento e tratamento do solo, avaliação da capacidade de absorção de poluentes pelo solo, caracterização de substâncias húmicas extraídas de sedimentos e solos, monitoramento e modelagem da qualidade da água de rios, monitoramento e modelagem da qualidade da água de reservatórios e tratamento e destinação de resíduos.

Eventos

O meio ambiente é o tema central de dois eventos que acontecem em Curitiba no mês de outubro. O "VI Simpósio Nacional" e o "Congresso Latino-americano sobre Recuperação de Áreas Degradadas" reunirão especialistas e pesquisadores da área de meio ambiente do Brasil e da América Latina. Umas das idéias dos encontros é a troca de experiências, tecnologia, produtos e serviços úteis para a recuperação de ambientes degradados.

Os interessados em apresentar trabalhos técnicos e científicos nos eventos devem envia-los à Comissão Técnica até o dia 27 deste mês, pelo e-mail simpósio@sobrade.com.br.

Mais informações no site www.sobrade.com.br ou pelos telefones (41) 360-4256 e 360-4255.

Onde fazer

Nome do Curso: Engenharia AmbientalNome do estabelecimento de ensino: Cefet-PRCidade: CuritibaTelefone: (41) 3310-4598Site: www.cefetpr.br

Nome do Curso: Mestrado Profissional em Gestão Ambiental e especialização em Engenharia AmbientalNome do estabelecimento de ensino: UnicenpCidade: CuritibaTelefone: (41) 3317-3277Site: www.unicenp.br

Nome do curso: Engenharia Ambiental – Ênfase em SaneamentoNome do estabelecimento de ensino: UEMCidade: MaringáTelefone: (44) 3261–4322Site: www.uem.br

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