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A microempresária Adriana de Oliveira Lima: empréstimo de R$ 10 mil alavancou vendas | Antônio Costa/ Gazeta do Povo
A microempresária Adriana de Oliveira Lima: empréstimo de R$ 10 mil alavancou vendas| Foto: Antônio Costa/ Gazeta do Povo

Primeiro passo é avaliar necessidade do dinheiro

O primeiro passo para quem pensa em buscar microcrédito, orienta o consultor do Sebrae Paraná Flávio Locatelli Júnior, é avaliar realmente a necessidade do dinheiro e se o empréstimo é mesmo a melhor opção. "Quem precisa de capital de giro, por exemplo, precisa avaliar outras alternativas. Em alguns casos é melhor vender parte do estoque para fazer caixa", diz. "É preciso avaliar se não há um problema de gestão. Porque aí não é o dinheiro que vai resolver."

Confirmada a necessidade, Locatelli Júnior orienta o empreendendor a fazer uma pesquisa entre as várias alternativas de crédito disponíveis, avaliando não apenas as taxas de juros, mas as condições como um todo. "É preciso comparar o custo total do crédito de cada um", orienta. "Além disso, o empreendedor tem que reunir o maior número de documentos e informações possíveis, para dar mais segurança a quem empresta. Isso vai melhorar as condições de contratação."

Caixas

Um empréstimo de R$ 10 mil foi a alternativa encontrada pela microempresária Adriana de Oliveira Lima para comprar um lote de caixas usadas para embalar os chocolates que produz. Com as caixas, a sócia da Choco Mel queria dar mais visibilidade aos seus produtos nos pontos de venda. "Mais gente passou a nos procurar. Tínhamos a ideia de fazer as caixas desde o início do negócio, há dois anos, mas faltava dinheiro", conta. A Choco Mel vende hoje para quase 200 restaurantes, lojas de conveniência e pequenos mercados.

  • Confirma algumas ações da Semana Global que ocorrem hoje

Sobram ideias, mas faltam recursos. A vontade de empreender, para muitos, esbarra na falta de dinheiro. Em alguns casos, pode inclusive fazer o empreendedor entrar em um ciclo: para se formalizar é preciso de capital, mas para conseguir crédito é preciso estar formalizado. A alternativa para sair desse círculo pode ser o microcrédito, oferecido por cooperativas, Oscips ou instituições financeiras em parceria com órgãos de governo.No caso específico do Paraná, o empreendedor tem a possibilidade de buscar recursos junto à Agência de Fomento do governo do estado, que mantém uma parceria com o Sebrae PR e a prefeitura de Curitiba. Para negócios informais, explica o consultor do Sebrae Paraná Flávio Locatelli Júnior, o empréstimo é de até R$ 2 mil. Mas também há opções de crédito de até R$ 10 mil para empresas formais, com juros de menos de 1% ao mês.

OrientaçãoA principal característica do microcrédito, explica Locatelli, é a figura de um agente de crédito – profissional que vai até o empreendedor para conhecer todos os detalhes do projeto. "Antes de fechar o contrato, o agente conhece as características do negócio, as necessidades do empreendedor e também a sua capacidade de pagamento", diz. "Isso diminui os riscos para quem oferta o recurso e, com essa orientação, o empreendedor empresta apenas o valor que realmente precisa e tem condições de pagar."

A figura do agente de crédito, na opinião do diretor executivo da Juriti Microfinanças, Mário Livramento, é conveniente para as duas partes. "Visitando o negócio nós temos a dimensão exata do trabalho do empreendedor e conseguimos avaliar melhor se vale a pena apostar nele ou não. Por outro lado, para ele também é mais conveniente, pois tem a orientação no próprio local, sem precisar deixar de trabalhar."

A Juriti é uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscip) que fornece crédito para microempresários – os informais respondem por 70% do público, segundo Livramento. A Oscip tem hoje 1,2 mil clientes ativos e outras duas centenas chegam todo mês. "Isso prova a demanda grande que existe por esse tipo de financiamento", diz. Em outubro a Juriti emprestou cerca de R$ 2 milhões. Os contratos variam entre R$ 200 e R$ 10 mil e têm taxa de juros de cerca de 3,98% ao mês.

A organização participa da Semana Global do Empreen­dedorismo – que ocorre até domingo em 90 países – lançando hoje a Caravana de Negócios para o Microempreededor Individual. Ao longo da semana serão realizadas performances teatrais sobre o tema em escolas públicas de Curitiba. O projeto continua ao longo do próximo ano, quando a Caravana vai visitar bairros populares da capital paranaense, de Ponta Grossa e de São José dos Pinhais, com palestras técnicas e motivacionais e workshops sobre assuntos relacionados à educação financeira, orientação sobre microfinanças, oportunidades de crédito e de investimento.

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