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Ponta Grossa – Proteger a família e a sua propriedade, portando ou não uma arma de fogo. Esse é o dilema que muitos proprietários rurais enfrentam para decidir seu voto no referendo sobre a comercialização de armas e munição no país, no próximo dia 23.

Mesmo com muitas dúvidas ainda, dois moradores da área rural de Ponta Grossa, na Região dos Campos Gerais, votarão contra a proibição da venda.

"Vou votar não para manter a dúvida do bandido. Se for proibida a venda, ele pode vir na minha casa, roubar meus animais sem eu fazer nada", diz o caminhoneiro João Paula, que mora a 30 quilômetros do centro de Ponta Grossa.

Em caso de assalto ou invasão do domicílio, o caminhoneiro tem apenas duas alternativas: andar cerca de mil metros até um morro para falar ao celular e chamar a polícia ou utilizar a espingarda que adquiriu há três anos. "Tenho a arma para legítima defesa", afirma.

A 3 quilômetros de distância da casa do caminhoneiro, o administrador de fazendas Aníbal Prestes Oliveira cuida de uma chácara de 64 alqueires, com tanque de peixes e cerca de cem cabeças de gado. Sem possuir arma, Oliveira depende da sorte para proteger o local e sua família. "Às vezes, os cachorros latem. Se tiver alguém roubando peixe, não posso fazer nada", diz.

Mesmo sendo contrário a proibição da venda, Oliveira não quer comprar uma arma. "Para a segurança da minha família, prefiro não ter. Eu sei que o ladrão é muito mais preparado que eu para atirar", opina.

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