• Carregando...

Ana Helena formou-se, como a maioria de seus colegas, com notas boas e um desempenho acadêmico equilibrado. Fez bons estágios e aplicou-se com ânimo às atividades que lhe foram conferidas. Como advogada, ela sabia que precisaria esforçar-se muito para conquistar seu espaço no mercado de trabalho, tão logo o período de aprendizado chegasse ao fim.

Então, após receber o diploma, aceitou uma vaga em um escritório renomado, mas que oferecia uma remuneração ínfima. Ela aproveitou ao máximo essa oportunidade e assimilou tudo o que podia para depois aplicar no próprio negócio. Após um ano no emprego, Ana Helena pediu demissão para iniciar uma nova etapa em sua carreira. Montou seu escritório e preparou-se para receber os novos clientes. Mas eles não vieram de mão beijada. A jovem precisou anunciar seus serviços a preços abaixo da média cobrada pelo mercado, a fim de conseguir driblar a concorrência e a falta de bagagem profissional.

Essa medida auxiliou a alavancar os negócios do escritório, que conseguiu uma carteira razoável de clientes em menos de seis meses. Porém, o volume de trabalho tornou-se grande demais para que a advogada executasse sozinha a prestação de serviços. Por isso, ela contratou alguns profissionais para ajudá-la a desenvolver o trabalho de assessoria jurídica que oferecia.

Em pouco tempo, Ana Helena estava com o escritório lotado de processos e de novos clientes. Sua equipe adaptou-se bem ao ritmo determinado e conseguia resultados positivos e significativos para as empresas que atendiam. No entanto, a movimentação do escritório não refletia os ganhos da advogada, que tinha dificuldades para pagar todos os empregados e fornecedores e para investir no crescimento do negócio.

Depois de pensar um pouco sobre suas alternativas de sobrevivência, Ana Helena decidiu reajustar os valores acertados com os clientes, no intuito de continuar prestando um serviço de qualidade a eles. Porém, as negociações não foram tão bem quanto ela esperava. A maioria de seus clientes não aceitou o aumento proposto por ela, embora ainda fosse um valor razoável e dentro dos preços pagos pelo mercado. Eles argumentaram que ela sempre havia conseguido prestar um bom serviço cobrando menos; portanto, como justificaria a necessidade de um aumento dos valores para manter a qualidade?

Diante desse argumento, de nada adiantou explicar que ela havia optado por iniciar sua empresa no vermelho para inserir-se no mercado e que, uma vez conquistadas a credibilidade e a satisfação dos clientes, modificaria essa realidade elevando a remuneração inicial. Resultado: ela precisou manter os acordos e continuou sem perspectivas de crescimento. Buscou a opinião de alguns colegas de faculdade, que estavam em patamares superiores ao seu. Soube que eles demoraram mais para adquirir nome na praça, mas que mantiveram os seus valores de acordo com o que acreditavam merecer. Agora, estavam bastante confortáveis com seus rendimentos.

Ana Helena, em contrapartida, sentia dificuldade para prosseguir e, embora adorasse sua profissão e seu escritório, já questionava a continuidade do negócio. Seu maior problema era que gostava demais do trabalho para conseguir colocar preço nele. Fazia por prazer e deixava a remuneração em segundo plano. Mas isso, a longo prazo, inviabilizou a manutenção de sua empresa, levando-a a fechar as portas. Com a queda, Ana Helena aprendeu que não deveria ter deixado a paixão arruinar sua carreira e que o vil metal é necessário para alimentar o talento e os sonhos de qualquer profissional.

***

Pesquisas realizadas freqüentemente entre profissionais atuantes no mercado mostram que o clima organizacional e que o prazer de executar o trabalho importam mais do que a remuneração em si. No entanto, a paixão e a satisfação em trabalhar não pagam as contas e não garantem a sobrevivência profissional. Muitos podem conseguir sucesso relativo ao conquistar visibilidade e respeito no mercado, mas poucos profissionais conseguem mesclar esses diferenciais a uma remuneração apropriada. A arte do sucesso está em conseguir unir ambas as partes. Cabe ao profissional aprender a negociar seu valor e lutar por ele quando preciso.

***

SAIBA MAIS...

Aos voluntários

O Santander Banespa está promovendo a edição 2006 do Prêmio Voluntário do Ano. A iniciativa tem como objetivo reconhecer e valorizar os colaboradores (incluindo estagiários e profissionais contratados) que trabalham em benefício de entidades sociais. Nesta quarta edição, os ganhadores receberão um troféu e R$ 2 mil, valor que será destinado às instituições nas quais atuam. Uma vez inscritos, os participantes são pré-selecionados por uma comissão interna do banco e avaliados por representantes de entidades ligadas ao voluntariado. Os critérios de avaliação são o compromisso com a causa, a atividade desenvolvida e seu impacto na comunidade atendida e o alinhamento da proposta aos objetivos da organização social. A premiação acontece no dia 5 de dezembro, quando é comemorado o Dia Internacional do Voluntário.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]