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Cerbasi: “A pessoa não vai conseguir ter mais dinheiro se não dedicar tempo a seu planejamento pessoal” | Julio Vilela/Divulgação
Cerbasi: “A pessoa não vai conseguir ter mais dinheiro se não dedicar tempo a seu planejamento pessoal”| Foto: Julio Vilela/Divulgação

Manual

Confira abaixo uma lista de sugestões preparada por Gustavo Cerbasi e Christian Barbosa:

Cinco dicas para ter mais tempo

Automatize - Coloque a maior volume possível de atividades no "piloto automático". Contar com um estagiário ou uma secretária ajuda a desafogar a equipe de tarefas circunstanciais, deixando o time trabalhar no que é realmente importante.

Faça pausas - Fazer pausas eventuais para atividades que você gosta – esporte, lazer, cinema – é importante. Ajuda a recarregar as baterias, afastar o estresse e aumentar seu foco.

Delegue corretamente - Delegar não é perder poder; é uma forma de liderar. É comum ouvirmos: "Se quiser algo bem feito, faça você mesmo". O erro nas tarefas delegadas, dizem os autores, quase sempre não é do executor, e sim da pessoa que delegou. É importante delegar com o máximo de detalhamento.

Diga pelo menos um "não" por dia - Quando dizemos apenas "sim", o número de atividades circunstanciais cresce, lotamos nossa agenda com coisas que não precisaríamos fazer e ficamos mal com nossa própria consciência, por termos aceitado as tarefas. Aprenda a dizer "não" quando uma tarefa for atrapalhar outra mais importante.

Reconheça suas distrações - Seja twitter, Orkut, revistas, celulares ou pessoas, todo mundo tem um ponto fraco que tira sua atenção ao longo do dia de trabalho. Descubra quais são suas piores distrações para que, no momento em que for se dedicar a uma tarefa completa, você possa se desligar de tudo o que lhe atrapalha.

Cinco dicas para ter mais dinheiro

Gaste sempre - Em vez de "fechar a mão" por várias semanas, represando necessidades e então "se acabando" nas compras a cada dois meses, o ideal é aumentar a frequência das compras. Mas, claro, impondo um limite de gasto a cada ida ao shopping.

Faça o dinheiro trabalhar por você - Investir é colocar seu dinheiro para trabalhar para você. Invista cerca de 8% a 10% de sua renda, se tiver 40 anos de trabalho pela frente, ou entre 15% e 20% da renda, se o prazo for menor que 20 anos. Invista com segurança, diversificação, disciplina e previsibilidade.

Invista no aumento da renda - De nada adianta trabalhar muito por um salário pequeno. Se sua renda atual não o coloca na classe média da sociedade em que você vive, então seu caso não é o de fazer poupança. É preciso, antes, investir no aumento de sua renda, fazendo cursos de capacitação ou de idiomas, por exemplo.

Pague menos impostos - Para isso, basta aproveitar as oportunidades legais de abatimento de tributos, prática chamada de elisão fiscal. De tempos em temos, dedique-se a estudar as regras do imposto de renda, principalmente os capítulos sobre deduções e abatimentos.

Tenha múltiplas fontes de renda - Não só os profissionais liberais, mas também os assalariados com um único emprego devem perseguir meios de ter, pelo menos, duas fontes de renda alternativas.

  • Barbosa:

O escritor inglês George Robert Gissing, escrevendo sobre a riqueza, disse: "Tempo é dinheiro, diz o ditado, mas inverta-o e você obterá uma verdade preciosa – dinheiro é tempo". A frase bem poderia ter servido de inspiração para a dupla Gustavo Cerbasi e Christian Barbosa, dois dos maiores especialistas brasileiros em finanças pessoais e gestão de tempo, respectivamente, que acabam de lançar o livro Mais Tempo Mais Dinheiro (Editora Thomas Nelson Brasil).

Afinal, quem é que domina a relação de causa e consequência? Mais dinheiro é mais tempo, ou mais tempo é mais dinheiro? Para os autores, embora sejam riquezas sinérgicas e complementares, a base para uma vida mais equilibrada é o tempo. "A pessoa não vai conseguir ter mais dinheiro se não dedicar tempo a seu planejamento pessoal. Só com a agenda mais livre é possível dar mais atenção a seus investimentos, olhar seus extratos, questionar seu gerente e elaborar um planejamento mínimo que permita pequenas sobras e um equilíbrio financeiro. E aí uma coisa passa a ser consequência da outra", afirma Cerbasi, de 35 anos, autor de nove livros, entre eles o best-seller Casais inteligentes enriquecem juntos.

Ciclo da prosperidade

O método transformador sugerido pelos autores, para sair do que eles chamam de "ciclo da frustração" para o "ciclo da prosperidade", tem quatro etapas: 1) descobrir o que é importante; 2) parar com o que não lhe traz retorno; 3) planejar o equilíbrio; e 4) melhorar sua qualidade de consumo.

As duas primeiras tarefas estão amparadas na Lei de Pareto, segundo a qual 80% dos resultados são produzidos por 20% dos esforços. É preciso abandonar aquilo que não traz resultados e focar no que é realmente importante, diz Barbosa, de 30 anos, criador de um software de gestão de tempo usado por mais de cem mil pessoas em 29 países. Ele considera a falta de método um dos vilões da produtividade. "As pessoas não aprenderam a gerenciar seu tempo na escola, então elas criam um método empírico para organizar suas atividades, e isso acaba levando-as a não terem tempo." Outros dois vilões citados por ele são o excesso de reuniões – segundo pesquisa da Triad, empresa de consultoria de Barbosa, apenas um terço delas gera resultados –, e as tecnologias de comunicação (e-mail, twitter, MSN), quando não usadas corretamente.

Após deixar claro o que é realmente importante e abandonar as práticas infrutíferas, é hora de começar o planejamento, a etapa mais importante para conquistar tempo e dinheiro, dizem os autores. A ferramenta usada para se planejar não é o mais importante – pode ser uma folha A4, o Excel ou softwares de gestão de tempo e finanças. O objetivo é estabelecer metas de curto, médio e longo prazo e distribuí-las entre os planejamentos semanal, mensal e anual.

Barbosa dá dicas de como se manter fiel às metas estipuladas. Uma sugestão importante é dividir uma tarefa maior em pequenos trabalhos. Aqui vale uma outra regra, a Lei de Parkinson: uma tarefa aumentará em importância e complexidade conforme o tempo alocado para sua realização. Portanto, diz Barbosa, se você precisa entregar um grande projeto em uma semana, divida-o em pequenas etapas. Quando isso não for possível, tente entender o real motivo de por que está fazendo aquilo. No caso de malhar na academia, por exemplo, Barbosa sugere: "Colocar ‘ir pra academia’ na agenda dá até desgosto. Mas se você colocar ‘caber na calça x para pegar o Maurício’, você não está indo na academia, está emagrecendo para conquistar um amor. É diferente. Dá sentido à tarefa".

Qualidade de vida

O último passo é melhorar a qualidade de consumo. No livro, os autores montam uma tabela com os gastos que eles consideram de maior ou menor importância. No topo da lista estão os gastos com qualidade de vida, considerados os de maior prioridade, seguidos por "investimentos", de prioridade intermediária. A afirmação parece contraintuitiva: gastar antes com lazer do que com investimentos? Cerbasi explica: "Fazer poupança a qualquer custo é um grande mito. Gastar menos não é ficar economizando em tudo o que você pode. Pelo contrário. A última coisa em que uma família que está no vermelho tem que pensar é em cortar os pequenos prazeres", diz. "Eu posso tentar preservar uma qualidade de vida muitas vezes mudando para um imóvel que custa 10% a menos, ou tendo um carro 10% ou 15% mais barato. Eu consigo aquele desejado efeito de economia ao mesmo tempo que estou preservando pequenos elementos de consumo que podem não significar prazer para mim, mas significam para alguém que vive comigo."

Serviço

Mais informações sobre o método dos autores em www.maistempo.com.br e www.maisdinheiro.com.br

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